15 jul, 2022 - 06:50 • Rosário Silva
A nova Central Fotovoltaica Flutuante de Alqueva, “o maior parque fotovoltaico flutuante da Europa numa barragem hidroelétrica”, é inaugurada esta sexta-feira numa cerimónia prevista para o coroamento da barragem do Alqueva, entre os concelhos de Portel, no distrito de Évora, e Moura, no distrito de Beja.
“Com cerca de 12 mil painéis fotovoltaicos e uma capacidade de produção anual de 7,5GWh (Gigawatt), espera-se que venha a abastecer o equivalente a mais de 30% das famílias, aproximadamente 1.500, dos concelhos de Portel e Moura”, refere a nota da EDP – Energias de Portugal, enviada à Renascença.
Trata-se de um projeto “dos mais inovadores de energia solar da EDP”, cuja plataforma, que ocupa uma área de quatro hectares, foi colocada no seu local definitivo “em maio de 2022”, desde a margem até à zona definitiva da albufeira, onde “foi ancorada para ser posteriormente ligada à rede", estando pronta a funcionar já este mês.
Depois de cerca de “sete meses a ser montada e a entrar em operação”, o investimento de seis milhões de euros pretende tornar Alqueva “numa espécie de laboratório vivo”, uma vez que vai permitir que “se teste a complementaridade entre tecnologias de produção de energia renovável hidroelétrica e fotovoltaica, assim como tecnologias de armazenamento de energia de longa e de curta duração”, indica a empresa do setor energético.
Com “uma potência de 5MW (megawatt)” e uma produção estimada em “7,5GWh/ano (gigawatts por hora/ano)”, as baterias “recorrem à tecnologia de iões de lítio, amplamente utilizada no setor elétrico a nível global, com uma capacidade de armazenamento de cerca de 2MWh”, especifica a EDP.
Por outro lado, o sistema de bombagem “permite utilizar a energia eólica e solar, em períodos de menor consumo”, com a finalidade de “bombear a água da albufeira e, dessa forma, reutilizá-la para produzir nova energia hidroelétrica”.
A empresa lembra que “a tecnologia solar flutuante é uma inovação” que contribui para “o aproveitamento de recursos e a expansão de energias renováveis”, contribuindo para reduzir a dependência energética e constituindo-se como “um ponto de viragem no panorama energético nacional”.
Como curiosidade, a empresa destaca que os flutuadores da central, produzidos por uma empresa espanhola, “incluem compósitos de cortiça desenvolvidos pela Amorim Cork Composites, da Corticeira Amorim”, os quais "estão a ser testados pela primeira vez, neste parque solar".
Trata-se de uma “inovação” que se traduz na redução do peso da plataforma em 15%”, ajudando a “diminuir a pegada de dióxido de carbono (CO2) do projeto em cerca de 30%.”