21 jul, 2022 - 18:56 • Pedro Mesquita , Rosário Silva
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, DECO, diz que não há razão para alarme relativamente às fraldas que estão à venda em Portugal.
Em causa está uma denúncia do Gabinete Europeu do Ambiente (EEB na sigla original), segundo a qual, cerca de 90% dos bebés europeus são expostos a fraldas altamente tóxicas e que podem provocar doenças graves, sem que as instituições europeias façam o que quer que seja para resolver o problema.
O alerta para a alegada contaminação das fraldas surgiu, pela primeira vez, em França, onde foram detetados 38 produtos químicos de "risco muito grave", incluindo uma substância classificada como cancerígena, que já é proibida, por exemplo, nos brinquedos.
“Em 2017, havia a presença de algumas substâncias, mas em valores extremamente baixos, e todos os testes que efetuamos desde essa altura, portanto, desde 2018, 2019, 2020,2021, têm revelado que as fraldas à venda no mercado português, estão isentas de substâncias nocivas”, afirma à Renascença, Sílvia Menezes, da DECO.
A responsável da associação que defende os direitos dos consumidores garante que os portugueses podem ficar tranquilos, uma vez que as substâncias consideradas mais perigosas, não constam da composição das fraldas.
“Não podemos afirmar, de forma alguma, que não há nenhuma substância nociva, mas daquelas que são mais problemáticas e que temos testado, elas não se encontram presentes”, atesta.
Gabinete Europeu do Ambiente aponta que as institu(...)
Em comunicado, a rede europeia EEB explica que a contaminação das fraldas foi revelada há anos pela agência nacional francesa para a segurança sanitária, alimentar, ambiental e do trabalho.
O alerta foi feito em 2018, mas as instituições europeias “têm falhado na criação de legislação que proteja os consumidores”, é sublinhado.
A Comissão Europeia tinha um prazo de três meses para apresentar uma proposta legal sobre restrições na União Europeia (UE) de produtos químicos em fraldas, na sequência de um pedido francês nesse sentido, feito a 20 de abril. Até agora nunca cumpriu os prazos de outros pedidos de França e voltou a falhar esse prazo na última quarta-feira, refere a organização europeia do ambiente.