22 jul, 2022 - 16:12 • Rosário Silva
A ministra da Saúde garante que o Governo tudo está a fazer para ultrapassar o problema da falta de médicos para completar escalas nos hospitais portugueses.
Marta Temido falava aos jornalistas em Évora, no dia em que se sabe que, pelo menos até segunda-feira, o bloco de partos ou urgências de obstetrícia de nove hospitais do país vão ter interrupções nos seus horários de funcionamento.
A ministra lembra que os constrangimentos durante o período do verão já eram esperados e destaca o empenho do seu ministério em os resolver.
“Nós sabíamos que íamos ter contingências durante o verão. Nós sempre dissemos que esta questão do funcionamento em contingência durante o verão iria acontecer. Sabemos que temos no Serviço Nacional de Saúde cerca de 800 obstetras, sabemos que temos 38 pontos de urgência, sabemos que em cada uma desses pontos tem que estar uma equipa. Sabemos que o funcionamento em rede, que sempre existiu, vai continuar a existir este verão”, sublinha a governante.
Marta Temido admite que os problemas existem, mas o Governo está a “implementar soluções para os ultrapassar”.
Em Évora, onde visitou as obras do novo Hospital Central do Alentejo, Marta Temido recusou a ideia de que o plano de contingência, anunciado para o verão, não esteja a ser eficaz.
A ministra da Saúde acredita que a situação vai melhorar e garante que está a ser feito o “máximo possível”, para começar a resolver problemas pontuais e estruturais. Segundo a governante, tudo o que estava programado até agora, está a ser cumprido.
“Conseguimos realizar aquilo que tínhamos programado até este momento. Há uma informação clara a toda a população sobre como vamos funcionar e há um novo instrumento de pagamento às equipas que estará a entrar em vigor no início de agosto, que permite captar mais gente para os serviços de urgência”, sublinha Marta Temido.
Os sistemas de saúde "têm problemas", mas o Governo não cruza os braços e está a trabalhar para os resolver, mas "há coisas que só se resolvem com soluções estruturais", como a negociação da carreira médica, a valorização do trabalho dos enfermeiros e a criança de novas carreiras.
Além das questões estruturais, "há coisas mais pontuais, que não são a solução de fundo, mas que minimizam os problemas", afirma.
"Estamos também nessa fase. Temos que ir construindo a bicicleta ao mesmo tempo que vamos montando as rodas e o que não podemos perder é a fé de que vamos melhorar as coisas", concluiu Marta Temido.