25 jul, 2022 - 16:01 • Redação, com Lusa
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, admite que a habitação é um problema grave e sério, que vai demorar a ser resolvido e deve ser olhado com atenção pelos políticos.
Pedro Nuno Santos falava durante uma iniciativa conjunta com a autarquia de Lisboa onde foram entregues 128 chaves de casas do programa Arrendamento Acessível.
“Estes 128 apartamentos são financiados a 100% pelo PRR. Em todo o país as casas estão a atingir preços, seja de aquisição ou de arrendamento, que a classe média não consegue comprar ou arrendar. Essa é outra das exigências que nós, políticos, temos que fazer a nós próprios: ser honestos, dizer a verdade. Há um problema grave na habitação que, infelizmente, não se resolve em pouco tempo, vai demorar e nós temos que pensar medidas mais rápidas de intervenção no mercado”, sublinhou o ministro.
O governante destacou o trabalho “em conjunto, porque ninguém sozinho consegue fazer nada”, e a importância da comunidade neste âmbito, ressalvando que é preciso “ter a consciência que, se há 128 famílias que vão ocupar este edifício e dar vida, são ainda muitas mais aquelas que estão ainda com dificuldade em aceder à habitação”.
A Câmara de Lisboa entregou hoje as chaves das primeiras 128 casas do Programa Renda Acessível construídas no âmbito da Operação Integrada de Entrecampos, num investimento de 15,5 milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Na cerimónia, o autarca de Lisboa disse que “hoje é um dia muito importante para a cidade”, assinalando o acesso a partir deste dia a transportes públicos gratuitos para os residentes com mais de 65 anos e a entrega de chaves das 128 casas.
Carlos Moedas considerou que a habitação é “um dos maiores desafios, senão o maior desafio” que existe hoje na cidade de Lisboa, afirmando que: “Este não é um tema político, é um tema de política pública, em que todos temos que estar alinhados”.
“Que alegria estarmos aqui neste mandato, mas a respeitar e a continuar aquilo que foi feito, mas a acelerar aquilo que ainda podemos fazer para que esta seja a vossa realidade”, declarou o social-democrata, concordando que não existem soluções mágicas e defendendo que “a solução está em tudo”, nomeadamente os mercados público e privado.
O presidente da câmara realçou a importância de acabar com o problema de ter habitações vazias ou ocupadas ilegalmente, “porque há 6.000 pessoas que estão à espera desses apartamentos”, destacou o contrato-programa de 40 milhões de euros com a empresa municipal Gebalis para intervir nos bairros municipais até 2026 e defendeu que é preciso “continuar a construir”, estando em construção mais 1.000 fogos e em projeto mais 2.000 casas, e incentivar os privados, inclusive cedendo terrenos às cooperativas.