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Testemunho do fogo em Silves. “Agigantou-se o incêndio numa questão de horas”

26 jul, 2022 - 08:46 • Maria João Costa

Foi uma madrugada de muito trabalho para os bombeiros no Algarve. As chamas obrigaram à evacuação de várias aldeias e arderam máquinas florestais e anexos. Devido às chamas, a A2 esteve cortada mais de 13 horas.

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Já passava das 4h00 quando Tiago Guerreiro deixou o incêndio para dormir umas horas. Este sócio-gerente da empresa de serviços florestais Quercus Serra esteve lado-a-lado com os bombeiros desde esta segunda-feira no combate ao incêndio na zona de Silves.

Os serviços da sua empresa foram convocados. Ao telefone nesta manhã de terça-feira, mal dormido, o empresário conta que foram “ativados pelo serviço municipal de proteção civil de Ourique”. No terreno a ajudar tem “duas máquinas de rasto a operar, a aceirar, e a fazer a extinção” das chamas

Na memória do que viveu esta madrugada este empresário do setor descreve que viu o pânico da população na zona de São Marcos da Serra.

“Estive no terreno, vi que afetou muitas habitações principais, foram evacuadas duas ou três aldeias. Vi máquinas florestais que arderam e anexos”, relata Tiago Guerreiro.

O sócio-gerente da Quercus Serra, Lda explica que esta zona é fustigada pelos incêndios ano após ano e que o manto florestal mal tem tempo de recuperar.

Este empresário da área florestal explica que “o incêndio começou numa zona de pinhal, teve uma progressão muito rápida, devido ao vento, as zonas de mato arderam muito violentamente, bem como as linhas de água e eucaliptais”.

Tiago Guerreiro que conhece a região diz mesmo que o fogo “alastrou-se muito rapidamente” e arrisca mesmo dizer que “apanhou desprevenido os meios que aqui estavam. Agigantou-se o incêndio numa questão de horas, surpreendendo o dispositivo”.

Segundo o empresário, os meios no terreno até eram “bastante musculados”. “Tiveram um ataque inicial muito musculado, mas as condições no terreno não permitiram logo a extinção”.

Meios aéreos ajudam

Este incêndio manteve cortada a A2 mais de 13 horas, nos dois sentidos, entre Almodôvar e São Bartolomeu de Messines.

Nesta altura, tem três frentes ativas, uma das quais ameaça entrar no concelho de Loulé.

Perto 600 bombeiros combatem este fogo que deflagrou ontem ao inico da tarde em São Marcos da Serra.

Os meios de combate têm estado a ser reforçados e as operações contam agora com nove meios aéreos.

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