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Sindicatos e Governo chegam a acordo para incluir grelha salarial dos médicos nas negociações

27 jul, 2022 - 00:39 • Lusa

Foram sete horas de reunião e o próximo encontro está já marcado para agosto.

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Governo e sindicatos acordaram incluir a grelha salarial dos médicos do Serviço Nacional de Saúde nas negociações entre as duas partes que agora se vão iniciar, anunciou uma das estruturas sindicais representativas desses profissionais de saúde.

"Após cedências bilaterais que são necessárias nestes processos negociais, podemos dizer que estamos em condições de iniciar este processo negocial, com o acordo sobre o protocolo" que estabelece os temas que serão alvo de negociação, adiantou o presidente da Federação Nacional do Médicos (FNAM).

Noel Carilho adiantou que, para além dos temas que já estavam previstos, como a dedicação plena, a valorização do trabalho em serviço de urgência e a regulamentação da organização do trabalho médico, a reunião permitiu assegurar "também o compromisso da grelha salarial dos médicos" nas negociações que agora se vão iniciar.

"Isso foi acordado e temos uma abertura para desenvolver um processo negocial com sucesso, que apenas agora se inicia", adiantou Noel Carrilho, para quem o acordo hoje alcançado pode ser um "bom sinal" para atrair mais médicos para o Serviço Nacional de Saúde.

O responsável garantiu que os sindicatos dos médicos continuarão o seu trabalho no sentido de atrair os médicos para o SNS, e disse que é preciso que "haja iniciativa e celeridade do Governo" para resolver o problema da falta de médicos no SNS.

Ainda assim, Jorge Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), avisa que a falta de clínicos vai continuar a provocar constrangimentos no serviço publico de saúde, independentemente da época do ano.

A próxima reunião com o Governo está já marcada para agosto, disse.
"Da nossa parte estamos totalmente disponíveis para avançar, mas apelamos firmemente ao Governo para que acelere as propostas, não esteja à espera que a situação piore, porque nos próximos meses vamos ter seríssimos problemas pela incompetência e incapacidade demonstrada nos últimos anos, e não foi por falta de avisos por parte dos sindicados", avisou.

Governo congratula-se com acordo

É um processo que "marca de facto o início de uma negociação substantiva em torno de temas como o regime de dedicação plena no Serviço Nacional de Saúde (SNS), que figura no programa de Governo e que iremos cumprir, também o tema da organização do trabalho em serviço de urgência, que se tornou por demais evidente que é necessário abordar de uma forma estruturada, e outros temas relacionados com a grelha salarial e com a valorização dos trabalhadores médicos", disse a Secretária de Estado da Saúde aos jornalistas.
Maria de Fátima Fonseca assinalou que este processo negocial se junta a outros que já estão em curso, com outros grupos profissionais, porque só de forma estruturada serão possíveis reformas que levem o SNS para "outros patamares de resposta aos cidadãos".
Disse que do processo negocial sairão medidas em momentos diferentes, para resolver questões relevantes para os profissionais e para o SNS, e frisou que as medidas de caráter estrutural só conseguem ser acordadas através de negociações com os sindicatos dos trabalhadores.
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