28 jul, 2022 - 22:12 • Lusa
A Associação "Tarecos&Patudos", com sede em Vila do Conde, distrito do Porto, que estava intimada a encerrar, esta quarta-feira, as suas instalações de abrigo para animais abandonados, conseguiu um adiamento de duas semanas, através de uma providência cautelar.
A ação, que deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, contestando o encerramento compulsivo das instalações, decretado pelo ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas), mereceu provimento do juiz, dando mais 10 dias úteis para que a associação encontre solução para os animais que faltam adotar.
"Foi um alívio, porque dá-nos mais algum tempo para tentar descobrir uma família para os seis cães que nos restam, que têm problemas de socialização. Estamos a trabalhar muito para que isso aconteça", disse Liliana Oliveira, presidente da associação, à agência Lusa.
A responsável mostrou-se "muito grata" a todas as pessoas que, nas últimas semanas, abraçaram o apelo para a adoção dos 34 cães e 18 gatos que a "Tarecos&Patudos" acolhia, esperando que essa "onda de solidariedade se mantenha".
"A nossa preocupação, agora, é dar um lar a estes seis animais. Não queremos que sejam transferidos para outras associações. Depois, vamos ver como será o futuro da associação. O que sabemos é que temos muitas pessoas que nos apoiam", confessou Liliana Oliveira.
O abrigo da "Tarecos&Patudos", localizado na freguesia da Labruge, e que funcionava desde 2018, recebeu ordem para cessar a sua atividade, depois de uma inspeção do ICNF, do SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente, da GNR) e dos serviços veterinários municipais de Vila do Conde ter "chumbado" as instalações, apontando, essencialmente, riscos de segurança.
A associação até mostrou disponibilidade para colmatar essas deficiências, mas o abrigo está instalado num terreno que não está legalizado para o efeito por parte da Câmara de Vila do Conde.
"Não estamos de forma ilegal no terreno, é um espaço, no meio de campos, que nos foi cedido para utilização pelo proprietário. O que não está legal são as instalações para os animais que construímos. Já tivemos reuniões na autarquia para resolver o problema, mas nunca deram efeito. Há uma promessa de termos um novo terreno com todas as condições, mas até agora nada. Vamos lutar por isso", explicou a presidente da associação.