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Incêndio de Vila Pouca de Aguiar lavra com "bastante intensidade"

28 jul, 2022 - 08:19 • Maria João Costa

Estão no terreno mais de 280 bombeiros. Aguarda-se o reforço de meios aéreos. Não há populações em risco. À Renascença, Artur Mota do CDOS de Vila Real diz que há três km de fogo.

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As condições de combate são “sempre desfavoráveis” diz o segundo-comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro de Vila Real. Em entrevista, esta manhã, à Renascença, Artur Matos confirma que tem no terreno a combater as chamas em Vila Pouca de Aguiar “288 operacionais apoiados por 85 veículos”.

Já foi pedido o reforço dos meios aéreos que deverão começar a operar depois das 8h30. “O incêndio ainda tem uma frente ativa a arder com bastante intensidade”, relata Artur Mota que contabiliza “três quilómetros de frente de fogo”.

As chamas que começaram na tarde de quarta-feira, lavram “numa zona de acessos muito difíceis”, diz este responsável que desde ontem ainda não pregou olho. “Vamos tentar posicionar uma máquina de rasto, e com o apoio do pessoal apeado e meios aéreos a fazer descargas” querem tentar “atrasar a progressão” do fogo.

A ideia é “conseguir fechar o fogo numa zona de cumeada para tentar consolidar o perímetro” explica o comandante sobre a estratégia de combate. Querem “tirar força” às chamas e ao mesmo tempo ver se conseguem “resolver a situação durante o dia de hoje”.

Questionado sobre se as chamas estão a pôr em perigo populações, Artur Mota explica que “não há qualquer aldeia em risco”, contudo indica que há “duas ou três aldeias que ficam próximas”, mas já têm no terreno “meios posicionados”, e explica o comandante, “o fogo está a arder em sentido contrário”, pelo que “não vai ser preciso tirar as pessoas de casa”.

“De acordo com a meteorologia prevê-se o vento em sentido contrário, em princípio as aldeias não precisarão de ser evacuadas”, confirma Artur Mota à Renascença. Já sobre a área que ardeu até agora, o segundo-comandante fala em cerca de “250 hectares”.

As chamas consumiram sobretudo, mato, mas também “pinhal”. Artur Mota fala em “algum prejuízo, sobretudo a nível de material lenhoso”, porque o que as chamas destruíram é “pinheiro-bravo” ou “pinhal mais jovem”

A zona não ardia desde 2001 indica o bombeiro que diz que embora “não haja vento”, há muito material “combustível”. “Qualquer projeção, alastra muito, e agarra logo muito. Enquanto não vier chuva temos sempre aqui o cenário ideal para os incêndios se propagarem com muita velocidade”, descreve Artur Mota.

Interrogado sobre o que poderá ter dado início a este fogo, o responsável do CDOS de Vila Real lamenta que este ano Vila Pouca de Aguiar esteja a ser “bastante fustigada”. Artur Mota, interroga-se: “Não sei porquê”. Quando à origem do fogo, diz não fazer ideia, mas estranha ter começado pelas 14h, 15h da tarde e espera a investigação das autoridades

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