28 jul, 2022 - 12:26 • Fátima Casanova , Olímpia Mairos
Numa altura em que os números da pandemia continuam a diminuir em Portugal, há já quem defenda a retirada das restrições ainda em vigor, em especial o uso de máscara nos transportes públicos. No entanto, o Governo afasta para já qualquer alteração e tenciona manter por mais algum tempo as atuais regras para o uso de máscara, nomeadamente uso obrigatório em transportes públicos, lares, estabelecimentos de saúde e farmácias.
O jornal "Público" acrescenta esta manhã que, pelo menos, até
ao fim de agosto, o Governo vai manter o país em situação de alerta relativo à Covid-19.
O prazo do decreto termina no final deste mês, mas deve ser renovado hoje,
quinta-feira, em Conselho de Ministros.
À Renascença, o virologia Paulo Paixão, concorda com uma abordagem cautelosa, até porque ao contrário do que se passa em Portugal, noutros países europeus, a Covid-19 está a aumentar. E deixa um alerta:
“A imunidade conferida às pessoas que foram infetadas por estas novas variantes, pelas últimas da Ómicron, é uma proteção de curta duração. Portanto, nós não sabemos muito bem, mas sabemos que ao fim de um mês e pouco, dois meses, já há casos de pessoas infetadas, juntando tudo isso, significa que devemos ter uma precaução.”
Paulo Paixão admite, contudo, que a próxima medida a retirar seja o fim das máscaras obrigatórias nos transportes, embora sempre com a possibilidade de voltar atrás se a situação piorar de novo.
“Se tudo continuar a correr bem, muito bem, se virmos que há um recrudescimento e há um aumento, temos que estar preparados para aceitar que possa ter que haver um reverso das medidas, nomeadamente essas como a utilização de máscaras nos transportes públicos”, defende o virologista.
Nestas declarações à Renascença, Paulo Paixão diz concordar que algumas restrições possam ser levantadas “se for essa a decisão dos peritos e, naturalmente, depois do Governo".
Ressalva, no entanto, que a situação “poderá ter que reverter ou durante o Verão”, o que não considera provável, ou “a partir do Outono, em que a situação, muito provavelmente, vai-se modificar e poderemos ter que obviamente reverter”.
“Acho muito difícil que não o tenhamos que fazer”, adverte.
O virologista deixa, mesmo, o aviso de que é praticamente inevitável uma nova vaga de Covid- 19 no Outono. E é também por isso que a estratégia das autoridades de Saúde passa por reforçar a vacinação contra a Covid no final do verão.
O processo tem arranque previsto para 5 de setembro e o objetivo de fornecer a vacinação conjunta para a Covid e para a gripe sazonal a pessoas com mais de 65 anos, residentes em lares, adultos com patologias graves, bem como aos profissionais de saúde e de lares.