28 jul, 2022 - 23:24 • Lusa
Ao cair da noite as chamas aproximaram-se de novo de Reboredo, em Vila Pouca de Aguiar, assustando os moradores da aldeia que se juntaram aos bombeiros e aos militares da GNR no combate.
O alerta chegou para o fundo da aldeia, onde as chamas voltaram a lavrar próximo das casas. Um dos moradores cedeu a água, e segundo observou a agência Lusa no local, militares da GNR juntaram-se aos bombeiros para ajudar a combater o fogo.
Houve, depois, um reforço de bombeiros e de militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR e no local juntaram-se também moradores, com batedores nas mãos.
"A aldeia para mim é o principal, bem como a família e os meus amigos de cá", disse Bruno Carocha, emigrante que está há duas semanas em Reboredo e que hoje ainda se pôs a caminho da praia, mas acabou por voltar para trás.
À Lusa contou que pensava que esta parte inferior da aldeia já "estava calma", mas uma reativação veio provocar, de novo, o receio.
"A aldeia esteve praticamente rodeada pelas chamas a tarde toda", referiu, explicando que é com o batedor de fogo, também conhecido como abafador, que tem ajudado a apagar as chamas.
Arguido é funcionário de uma empresa que procedia (...)
"Usamos o batedor, pás para deitar terra, enxadas e jipes para transportar água, tudo o que podemos usar. Hoje estou mais contente porque vemos bombeiros", frisou.
Também este emigrante esteve a ajudar a combater o fogo da semana passada, que começou em Cortinhas, Murça, e se alastrou para o município de Vila Pouca de Aguiar. .
Francisco da Eira hoje já esteve "em três lados da aldeia". "Agora é aqui ao pé da minha casa que está a 20 metros", salientou este morador, que frisou que "o que vale é que há bombeiros em todo o lado".
A sua preocupação é a "corte das ovelhas", lamentando que a GNR não o tenha deixado passar com a carrinha que tinha carregada com bidões de água. .
"Começou aqui a arder pelas fragas fora e isto é um perigo", frisou, explicando que, na envolvente da aldeia há muito mato, pinhal e também castanheiros.
Segundo disse o segundo-comandante distrital de operações de socorro de Vila Real, Artur Mota, o incêndio que lavra em Vila Pouca de Aguiar passou esta tarde dos cerca 300 hectares para os cerca de 1.400 hectares de área ardida.
Algumas pessoas com dificuldade de mobilidade fora(...)
"O perímetro é muito maior, temos meios posicionados, vamos fazer muito trabalho com máquina de rasto durante a noite", explicou o responsável, referindo que o perímetro deste incêndio já deve rondar os cerca de "cinco a seis quilómetros" e que as máquinas vão abrir caminhos e faixas de contenção.
O objetivo, explicou, é aproveitar a humidade acima dos 80% esse prevê para esta noite "para combater o máximo possível" porque, depois, o dia de sexta-feira poderá ser muito idêntico ao de hoje".
"Durante a noite queremos ver se o controlamos todo para depois, durante o dia, ficarmos cá em vigilância", frisou.
O dia foi quente, o vento soprou com intensidade e tem sido este o cenário que se tem verificando em Vila Real, nos últimos quinze dias, obrigando os operacionais a atravessar o distrito, de Sul para Norte, no combate aos vários fogos que se têm registado.
Segundo o "site" da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o fogo de Vila Pouca de Aguiar mobilizava, pelas 22:30, 446 operacionais e 144 viaturas.
Algumas pessoas com dificuldade de mobilidade fora(...)
O incêndio em Vila Pouca de Aguiar está a ceder aos meios e as equipas de combate esperam ter o fogo "praticamente todo dominado" até às 06:00, adiantou hoje fonte da Proteção Civil.