30 jul, 2022 - 18:00 • Lusa
Cinco aviões, 353 operacionais e 103 viaturas mantinham-se, às 16:45 de hoje, no combate ao incêndio que deflagrou na quarta-feira em Revel, Vila Pouca de Aguiar, e que já foi considerado dominado várias vezes, reativando outras tantas.
Depois de ter sido dominado cerca das 14:00, reativaram-se "com muita intensidade" duas frentes, que a esta hora (16:45) já estão controladas", disse à Lusa o 2.º comandante Artur Mota, do Comando Distrital de Operações de Socorro de Vila Real.
À mesma hora "não existiam aldeias em perigo, muitas vezes o que acontece é que as pessoas vêem as chamas perto e ficam assustadas", segundo o mesmo responsável.
"É um perímetro muito extenso, temos muitos meios, mas reativa muitas vezes e quando reativa já vai com muita força. As condições de combate são do mais extremo, o pessoal não se consegue aproximar das chamas, tem sempre que ser feito [o combate] com a ajuda dos meios aéreos. Enquanto os meios aéreos não chegam começa a alastrar", disse Artur Mota.
Considerou que durante a noite o combate às chamas "é sempre mais fácil. A temperatura é mais baixa e há mais humidade e, portanto, não alastra com tanta velocidade mas depois chega o dia e volta a acontecer o mesmo".
"Há perímetros que são inacessíveis , não se consegue chegar lá com as máquinas e o combate com água direto é ineficaz, porque está tudo tão seco que ao cair na terra, a água é logo absorvida e evapora toda, não impede o incêndio alastrar", sublinhou.
As perspetivas "não são boas, porque, pelo menos até segunda-feira, vamos ter estas condições ou piores, portanto, vai ser sempre agravar. Há três semanas consecutivas que temos temperaturas altíssimas e humidade muito baixa. Está tudo reunido para que os incêndios mal comecem, alastrem logo com muita intensidade e fora da capacidade de combate", acrescentou.
O alerta para este fogo foi dado às 17:14 de quarta-feira, em Revel, e, em pouco tempo, verificou-se uma grande mobilização de meios para esta ocorrência que teve uma progressão muito rápida em zona de pinhal e chegou a avançar em três frentes.
O combate tem sido dificultado pelas condições meteorológicas, altas temperaturas durante o dia e ventos fortes e com constantes variações.
Este é o segundo grande incêndio numa semana neste concelho. O fogo que deflagrou no dia 17 de julho, em Cortinhas, Murça, evoluiu para Vila Pouca de Aguiar e queimou uma vasta área de pinhal e mato, ainda soutos, vinha e pastos.