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​Bastonário critica falta de plano de contingência para urgências de ginecologia e obstetrícia

01 ago, 2022 - 19:16 • Pedro Mesquita

"Dava mais tranquilidade às grávidas, sabe-se o que se espera e é muito melhor para elas”, defende Miguel Guimarães.

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O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, diz à Renascença que o Governo devia ter anunciado um plano de contingência para uma semana para as urgências de ginecologia e obstetrícia.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, disse esta segunda-feira que, “infelizmente”, as escalas dos serviços de Obstetrícia e Ginecologia “não estão todas preenchidas" e lembrou o “funcionamento em rede” do Serviço Nacional de Saúde.

O bastonário da Ordem dos Médicos diz que Lacerda Sales devia ter ido mais longe e avançado com o plano de contingência.

“Eu esperava ouvir do secretário de Estado que, durante este mês em que não era possível manter os serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia todos abertos, anunciasse um plano de contingência para uma semana. Isto é: de dia 1 a dia 7, as urgências A, B e C vão estar encerradas por falta de recursos humanos e as urgências que vão dar suporte a estas vão estar reforçadas. Esperava que ele anunciasse isto hoje. Dava mais tranquilidade às grávidas,sabe-se o que se espera e é muito melhor para elas”, defende Miguel Guimarães.

O bastonário considera que o Ministério da Saúde também deve dar “uma atenção às regiões mais frágeis, no interior, porque aí as maternidades ficam muito longe umas das outras”.

O Presidente da República promulgou esta segunda-feira, com reparos, o Estatuto do Serviço Nacional de Saúde.

Em nota publicada na página da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa reconhece que a intenção tem aspetos positivos, mas assume algumas dúvidas.

O bastonário da Ordem dos Médicos concorda com as dúvidas do Presidente da República.

“Há várias áreas que ainda não estão regulamentadas e enquanto não estiverem regulamentadas não se sabe o que vai acontecer. Depois, o decreto-lei tem uma situação antagónica: por um lado, precisamos de um novo modelo de gestão na saúde que implica dar mais autonomia às unidades de saúde, uma descentralização significativa de várias áreas, [mas] a existência de uma direção executiva nacional é centralizadora e estamos aqui entre centralizar e descentralizar. Estamos numa situação sem fim condutor”, sublinha Miguel Guimarães.

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