04 ago, 2022 - 14:38 • Lusa
Cerca de 30 pessoas concentraram-se esta quinta-feira junto a um Minipreço em Lisboa contra o despedimento coletivo de 181 trabalhadores e o encerramento de 25 lojas.
“Esta concentração que fazemos aqui à porta da loja do Minipreço aqui na avenida Luís Bívar está relacionada com uma ação de protesto contra medidas apresentadas pela empresa, nomeadamente um despedimento coletivo de 181 trabalhadores e o encerramento de 25 lojas”, disse à Lusa Válter Ferreira, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).
Segundo o sindicalista, o CESP quer “a inversão total deste processo” apontando que é “perfeitamente possível”, desde que haja investimento da empresa “nos trabalhadores, nas pessoas, nas lojas” e não nas indemnizações com os despedimentos.
“É um bocado ridículo, alegamos não haver dinheiro, mas depois gastamos centenas de milhares de euros a criar desemprego e a deitar fora um património humano que também custou dinheiro à empresa”, apontou Válter Ferreira.
O grupo Dia, dono da cadeia Minipreço, anunciou esta quinta-feira que fechou o 1.º semestre do ano com prejuízos de 104,7 milhões de euros a nível global.
Quanto à greve de 24 horas, que se realiza hoje, o sindicalista referiu que, “apesar de não haver números concretos, existe uma adesão bastante positiva”.
José Gouveia era responsável da loja do Minipreço na Avenida Luís Bívar, onde esteve hoje, do lado de fora, na concentração organizada pelo CESP.
Agora recolocado, trabalhou em várias lojas ao longo dos 26 anos na empresa e receia a falta de garantias pela administração.
“Neste momento, os que ficam não têm garantias se têm futuro, se a empresa tem futuro”, afirmou à Lusa.
José Gouveia disse estar “um pouco” magoado com a decisão da empresa porque “foi muito repentino”.
A greve está marcada para 4 de agosto
Quando questionado se acredita que a administração pode voltar atrás na decisão do despedimento coletivo, José Gouveia assinalou que “a esperança é a última a morrer” e foi por isso que hoje se concentraram em Lisboa.
No final de julho, em resposta à Lusa, o Grupo Dia admitiu estar num “momento complexo” devido à conjuntura macroeconómica, garantindo estar a construir um futuro que assegure a “sustentabilidade e rentabilidade” do negócio.
“Sob esta premissa de solidariedade de todos para assegurar as melhores condições, a empresa confia que as decisões tomadas se revistam de um clima de colaboração e diálogo com todas as partes envolvidas”, sublinhou.
O grupo disse ainda que o processo incluiu reuniões com todas as partes, “num ambiente de respeito”, acrescentando estar empenhado em manter “uma operação estável em Portugal, que permita a solvência de todos os que diariamente contribuem para atingir este propósito”.