11 ago, 2022 - 17:15 • Fábio Monteiro , Cristina Nascimento
O fogo que lavra na Serra da Estrela consumiu 20 propriedades na aldeia Quinta da Taberna, na Guarda. A localidade já tinha sido evacuada pelas autoridades.
Das 20 propriedades, quatro eram segundas habitações. Os restantes edifícios eram casas devolutas, palheiros e espaços de arrumos.
"Fico sem nada e nem um avião aqui pousa", exclama Paulo Carvalho, habitante da aldeia. À distância e em lágrimas, assiste à sua quinta ser consumida pelas chamas, apontando o dedo à falta de meios no combate ao incêndio: "Não há um avião, não há nada, ninguém atua".
Horas antes das chamas terem atingido a aldeia, o presidente da Junta de Freguesia de Videmonte dizia à Renascença que a situação era dramática, com frentes de fogo desgovernadas e as chamas a aproximam-se desta localidade, no concelho da Guarda.
“Dramática, dramática. A tragédia continua na Serra da Estrela. Ao final da madrugada, com o raiar do dia, as coisas aparentavam estar controladas, mas com algumas frentes desguarnecidas, o vento que se fazia sentir fez reacendimentos e, neste momento, temos duas frentes ativas completamente desgovernadas”, afirma, com profunda tristeza e comoção, António Coelho.
O autarca refere também que “uma outra frente continua a dar a volta” e a “querer aproximar-se da Aldeia de Videmonte”.
No terreno estão mais de 1.500 bombeiros, apoiados por 11 meios aéreos e quase 500 viaturas terrestres. O fogo na Serra da Estrela que continua incontrolável, lavra desde o passado sábado e já atingiu quatro concelhos.
É o maior incêndio do ano em Portugal, tendo já consumido até agora 10 mil hectares.
Nota: notícia atualizada a 12 de agosto para clarificar que nem todas as propriedades que arderam eram casas de habitação.