13 ago, 2022 - 12:25 • Ricardo Vieira
O incêndio da Serra da Estrela, que foi dominado ao fim de uma semana, libertou energia equivalente a 25 bombas de Hiroshima, revelou este sábado o segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, Miguel Cruz.
“O total libertado de energia por este incêndio nestes dias foi de 766 terajoules de energia, sendo que o máximo registado foi de 242 terajoules no dia 10 de agosto”, como por referir o responsável, em conferência de imprensa.
De acordo com o comandante Miguel Cruz, a bomba nuclear que devastou a cidade japonesa de Hiroshima, durante a II Guerra Mundial, representou cerca de 30 terajoules”.
“O incêndio na Serra da Estrela representa cerca de 25 vezes bombas de Hiroshima do ponto de vista de energia libertada. É um valor muito elevado, se considerarmos o quantitativo global”, salientou.
O fogo, que deflagrou às 03h00 da madrugada de 6 de agosto, está dominado desde ontem à noite, ao fim de uma semana.
Ontem foi noticiado que o incêndio da Serra da Estrela queimou 17 mil hectares, mas o comandante Miguel Cruz tem valores diferentes.
"A área ardida total neste momento cifra-se em 14.757 hectares resultante do apuramento do sistema europeu Copernicus, sem prejuízo do levantamento final das autoridades competentes", sublinhou.
O responsável diz que os cálculos da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) baseiam-se em "imagens spot com uma resolução de 10 metros, bastantes rigorosas".
No terreno o trabalho agora é "de rescaldo e vigilância ativa de todo o perímetro", com atenção redobrada da parte da tarde desde sábado, adianta a Proteção Civil.
"Teremos maior incidência das condições meteorológicas desfavoráveis, com aumento do vento e temperatura a subir. Temos no terreno 1.465 operacionais , 433 viaturas, cinco meios aéreos e 16 máquinas de rasto", enumerou o comandante Miguel Cruz.
O incêndio provocou mais de duas dezenas de feridos. Três bombeiros de Loures ficaram em estado grave, mas dois já tiveram alta e outro está a "recuperar favoravelmente no hospital".
Um total de 126 pessoas tiveram que ser retiradas da vila de Linhares e foram levados para a pousada do Inatel. Entretanto, já regressaram a casa.
Em relação a estragos materiais, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabiliza a destruição de quatro dependências agrícolas, dois veículos e duas segundas habitações e alguns edifícios devolutos.