14 ago, 2022 - 13:22 • Ricardo Vieira
O Governo vai ordenar uma investigação ao incêndio que lavra há mais de uma semana na Serra da Estrela, anunciou este domingo o ministro da Administração Interna.
O despacho está preparado e será assinado assim que o fogo, que deflagrou a 6 de agosto, estiver extinto, afirmou José Luís Carneiro, à margem de uma visita à Batalha.
“O senhor secretário de Estado da Proteção Civil tem o despacho preparado para que, assim que esteja dado como extinto o incêndio na Serra da Estrela, podermos avançar com uma avaliação às causas e à metodologia de combate, não apenas no incêndio da Serra da Estrela, mas naqueles 10% dos incêndios que não são combatidos nos primeiros 90 minutos, que é a esmagadora maioria dos incêndios”, disse o governante.
O ministro da Administração Interna nega falhas no sistema de comunicações SIRESP durante o incêndio na Serra da Estrela.
“Não tenho detetado - mas está aqui o senhor presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil - que haja falhas no sistema de informações. Esse assunto devem colocá-lo ao senhor brigadeiro-general que é um dos técnicos mais qualificados do país em comunicações e somente ele poderá explicar o que é que, por vezes, se passa no que diz respeito ao congestionamento que de quando em vez ocorre no sistema. Não temos registo dessas falhas”, frisou José Luís Carneiro.
O incêndio, que começou no concelho da Covilhã, a 6 de agosto, foi dominado uma semana depois, no sábado, perante críticas dos autarcas sobre falta de meios.
O maior fogo do ano em Portugal queimou quase 15 mil hectares, nomeadamente no Parque Natural da Serra da Estrela.
Em declarações à Renascença, o presidente da Junta de Freguesia de Videmonte afirma que "o Parque Natural da Serra da Estrela desapareceu".
"Não é uma tragédia só para estas freguesias, concelhos ou para a região. Em primeiro lugar, é uma tragédia para o país. O país ainda não percebeu o que aconteceu aqui na Serra da Estrela", afirmou António Coelho.
As chamas libertaram energia equivalente a 25 bombas de Hiroshima, revelou o segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, Miguel Cruz.