16 ago, 2022 - 15:49 • Rosário Silva
O Centro de Operações Marítimas da Marinha detetou este domingo, no espaço marítimo de interesse nacional, o movimento suspeito de dois navios petroleiros dentro das águas sob jurisdição nacional.
Afeto ao dispositivo do arquipélago da Madeira, “o NRP Mondego dirigiu-se para o local, a cerca de 200 milhas náuticas, o equivalente a mais de 370 quilómetros, da ilha da Madeira”, explica o comunicado da Marinha Portuguesa, enviado à Renascença.
No âmbito da patrulha e vigilância dos espaços marítimos, foi estabelecida a comunicação com “os dois navios-tanques, o “Cristal Rose" e o “Natalina 7", ambos de pavilhão do Panamá, sendo o proprietário das ilhas Marshall e da China, respetivamente”.
Os navios, indica a Marinha, encontravam-se “sem seguimento, perto do limite noroeste da Zona Económica Exclusiva da Madeira (ZEE)” e “aparentavam um padrão de navegação que indiciava preparativos para a prática de abastecimento no mar e trasfega de crude entre navios”, tendo o Mondego feito a aproximação e estabelecido comunicação com os mesmos.
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O “Cristal Rose" revelou estar a aguardar instruções para realizar a atividade de trasfega de crude, tendo-lhe sido participado que “Portugal, ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, não autoriza a realização atividades de reabastecimento na Zona Económica Exclusiva nacional, pois acarretam um risco potencial para a ocorrência de poluição no mar”.
O navio acabou por se afastar da ZEE, em direção a Gibraltar, com a Marinha a acompanhar esta operação para assegurar o cumprimento das normas estabelecidas.
Quanto ao “Natalina 7", “que se encontrava a cerca de 50 milhas do primeiro foi igualmente intercetado pelo NRP Mondego”, tendo-lhe sido igualmente comunicadas as regras instituídas dentro da ZEE nacional.
“Este navio após ter sido avisado saiu das águas de jurisdição portuguesas, mantendo um rumo oeste, encontrando-se atualmente fora ZEE na Madeira”, acrescenta a mesma nota.
O Centro de Operações Marítimas da Marinha Portuguesa, recorde-se, é quem assegura que este género de atividades na ZEE não se realiza, tendo em conta “o risco de derrame de hidrocarbonetos que acarreta”.