17 ago, 2022 - 10:32 • João Cunha com redação
Já estão disponíveis os formulários no site do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P (IFAP) para que os agricultores afetados pelos incêndios da Serra da Estrela possam candidatar-se a apoios de emergência para alimentação animal.
“Estamos a disponibilizar do orçamento do Ministério da Agricultura 500 mil euros de apoios de emergência, para bovinos, cavalos, ovelhas e cabras. Este montante vai ser distribuído de acordo com os critérios de elegibilidade e com o montante pré-definido nessa portaria”, revelou a ministra da Agricultura aos jornalistas, após uma reunião na sede do IMPA, em Lisboa, dizendo que foi a alternativa encontrada dado que não há palha disponível para distribuir pelos produtores.
Segundo Maria do Céu Antunes, esta verba pode ser alargada com recurso ao fundo de emergência. “Todas as freguesias que venham a ser apuradas depois da data de ontem serão introduzidas, nesta mesma portaria, e caso seja necessário vamos reforçar este orçamento.”
A ministra adiantou ainda haver açúcar disponível nas direções regionais de agricultura para alimentar os apiários destruídos pelas chamas.
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, garante que 500 mil euros não são suficientes para dar resposta aos prejuízos.
"É uma ajuda que permite a aquisição de alimentos para uma dúzia de dias, duas semanas, no máximo, o que nos parece, nitidamente, pouco perante a gravidade dos incêndios", afirmou, justificando que "aqueles territórios não vão produzir absolutamente nada durante praticamente um ano".
O presidente da CAP criticou ainda o tempo que os apoios vão demorar a chegar até aos produtores: "Quando é que esta ajuda estará disponível no bolso dos agricultores para que possam adquirir os tais alimentos? Eventualmente, já no terceiro trimestre ou no quarto trimestre, perto do Natal, e isso é que não é entendível, tinham de chegar ao território e aos agricultores em menos de uma semana".
Os incêndios que têm devastado a zona da Serra da Estrela consumiram um total de 24 mil hectares no espaço de dez dias e representam quase 30% de toda a área ardida no país desde o início do ano.
Segundo estimativas do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), o primeiro incêndio que deflagrou a 6 de agosto na Covilhã, e que se estendeu aos concelhos de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, consumiu uma área de 15.134 hectares até ser dado como dominado na noite da passada sexta-feira.
[Notícia atualizada às 12:28]