17 ago, 2022 - 19:42 • Lusa
A Polícia Judiciária quer alcançar um quadro de 1.800 inspetores nos próximos dois anos, no âmbito de um plano de reforço negociado com o Governo e que o diretor nacional espera ver incluído no próximo Orçamento do Estado.
“A proposta que a PJ tem é daqui a um par de anos podermos chegar aos 1.800 inspetores e estamos muito legitimamente expectantes, positivamente expectantes, que esse plano há de ir ao encontro desse nosso desejo”, disse o diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, aos jornalistas, no final da tomada de posse de dois novos diretores, que decorreu na sede desta polícia em Lisboa.
Segundo o diretor nacional, o quadro atual conta com cerca de 1.250 inspetores, mais do que os 968 existentes quando a atual direção da PJ iniciou funções, mas ainda abaixo daquilo que Luís Neves diz ser atualmente um caminho “de recuperação”, mas “ainda não de crescimento”, e que contrasta com uma anterior “gritante e revoltante” falta de meios, como referiu no discurso na cerimónia.
“Há de haver essa fase de crescimento e nós temos o compromisso com o Governo que é um compromisso de termos pela primeira vez um plano na afetação de meios humanos e é isso que espero que venha a ser aprovado. Deixámos de estar numa espiral viciosa de morte para estarmos numa espiral de servir o país e a investigação criminal. Neste momento estamos satisfeitos porque sentimos que há um ‘volte face’ relativamente àquilo que é o desejo da instituição”, disse.
A expectativa de Luís Neves é que “até à fase de votação” do próximo Orçamento do Estado, a PJ possa saber o que “o futuro reserva”.
“É impossível gerir uma instituição sem ter um mapeamento das pessoas que estão para entrar e para sair”, disse.
A par da recuperação nas contratações de inspetores e peritos, que a PJ tem optado por direcionar para as unidades de combate à corrupção e cibercrime – que quer voltar a ver “capitalizadas quantitativamente, mas também qualitativamente, com formação” – Luís Neves defendeu também um crescimento no orçamento da instituição, desde 2005 a crescer abaixo da inflação, afirmando que “isso não pode acontecer”.
“É um momento de otimismo, estamos a mudar o parque imobiliário, espero que não haja nenhum retrocesso e sobretudo que não haja na administração pública ninguém intermédio que se atravesse no caminho, que é um caminho legítimo e de crescimento e de dar nova dignidade à instituição e às pessoas.