17 ago, 2022 - 09:34 • João Cunha com redação
O ministro da Administração Interna revelou, esta quarta-feira, que Portugal vai “entrar numa terceira vaga de calor”, a partir de 20 de agosto.
"Vamos entrar numa terceira vaga de calor, a partir de dia 20, que se vai prolongar por setembro. Portanto, em setembro, vamos ter tempo em regra mais quente do que os setembros anteriores, entre 50 a 60%, e mais seco, entre 40 a 50%", revelou José Luís Carneiro depois de participar numa reunião na sede IPMA, em Lisboa, com a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.
"Acho que isto diz tudo do risco acrescido que vamos ter ainda de enfrentar. Quando há dias disse que não podíamos baixar a guarda, era precisamente a este quadro que me estava a referir, por força da informação que vamos recebendo do IPMA", acrescentou.
Segundo o ministro, o Governo irá voltar a reunir-se com a Proteção Civil para analisar o dispositivo de combate aos incêndios, após semanas consecutivas a repor recursos humanos, materiais e técnicos.
Questionado sobre se esta terceira vaga será mais grave do que as anteriores, José Luís Carneiro negou. “Não, não se pode dizer isso. Pela informação que nos foi apresentada, a onda de calor mais critica foi mesmo a de julho. É possível verificar que o pior pico desta onda pode andar naquilo que correspondeu também a momentos mais críticos da segunda onda de calor.”
Estas previsões exigem “de todos nós um esforço acrescido e adicional. Portanto, o apelo à comunidade nacional para que se una como um todo para que consigamos vencer os desafios que temos pela frente”.
O MAI disse não excluir a hipótese de regresso à situação de alerta ou de contingência, tendo em conta as previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para aumento das temperaturas.
José Luis Carneiro acrescentou ainda: “São cenários que temos de ter em cima da mesa para avaliação no quadro das decisões no âmbito da Autoridade nacional de Emergência e Proteção Civil”.
O ministro sublinhou que o país ainda não ultrapassou o período crítico de incêndios e que “todos os cuidados devem ser tomados por todos os cidadãos e por todos os responsáveis de todas as instituições”.
Para combater o fogo posto", o ministro lembrou que arrancou uma ação de campanha da GNR, em articulação com as Forças Armadas e com a Polícia Judiciária, “para reforçar o combate aos incendiários”.
O presidente do IPMA confirma que o país vai atravessar uma terceira onda de calor.
“O problema do perigo de incêndio rural está ainda a meio da campanha. Passámos uma onda de calor de grande intensidade, uma segunda com menos intensidade e vamos passar por uma terceira provavelmente dentro de dias. Falta metade de agosto, setembro e não sabemos quantos dias de outubro”, explicou Jorge Miguel Miranda após uma reunião com o ministro da Administração Interna, a ministra da Agricultura e a secretária de Estado da Proteção Civil.
Acrescentou que as previsões não são positivas em termos de precipitação e que provavelmente “setembro será um pouco mais seco e um pouco mais quente” como têm sido os meses anteriores.
“Temos um sistema natural que está tremendamente fragilizado”, sublinhou.
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