20 ago, 2022 - 08:36 • Redação
Portugal regista mais de 92 mil hectares ardidos este ano. Mas, segundo, a Secretária de Estado da Proteção Civil, este é um número inferior ao que seria esperado, face às condições meteorológicas que o país tem atravessado.
O número foi avançado por Patrícia Gaspar na SIC Notícias sexta-feira à noite. “Se considerarmos a severidade meteorológica, os algoritmos e dados dizem que a área ardida que deveríamos ter deveria ser 30% superior. Significa que apesar da complexidade, o dispositivo tem estado a responder bem.”
Na mesma entrevista, a secretária de Estado afirmou que a situações dos incêndios no país é, neste momento, “uma verdadeira bomba-relógio” e alerta para o elevado risco nos próximos dias, devido às condições meteorológicas severas que se vão fazer sentir.
“Estamos a passar de uma situação de cerca de 50 incêndios por dia para cerca de 100 e existe forte probabilidade do número de ocorrências aumentar”, alertou a responsável, acrescentado: “Se juntarmos a isto a pioria das condições meteorológicas, associado a metade do país em seca extrema e severa, tudo isto cria um cenário muito complexo do risco de incêndio”.
Questionada sobre o incêndio na Serra da Estrela, o mais complexo, Patrícia Gaspar garantiu haverá uma avaliação assim que o fogo terminar, garantindo que acontecerá de forma “imparcial e independente”. Afirmou também que serão estudadas todas as grandes ocorrências deste ano.
O ministro da Administração Interna anunciou sexta-feira que o território continental vai estar em situação de alerta entre os dias 21 e 23 de agosto devido ao risco de incêndios.
José Luís Carneiro explicou também que a determinação da situação de alerta durante este período pressupõe "especiais limitações quanto ao uso do fogo, ao uso de máquinas e ao uso de trabalhos agrícolas, bem como no que diz respeito ao acesso aos espaços florestais", sublinhando que a utilização do fogo é apontada como causa em 54% das ocorrências, aos quais se juntam outros 10% de causas diversas.
Ainda a meio desta semana, os dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) indicavam que Portugal era o país com maior percentagem de área ardida na Europa em relação à dimensão do território.
A área ardida no país desde janeiro já ultrapassou os 84 mil hectares de mato e floresta. Portugal está no topo da percentagem de área ardida e é o terceiro com maior área ardida, atrás de Roménia e Espanha.