23 ago, 2022 - 14:12 • Celso Paiva Sol
Depois dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, os agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) vão agora levar o protesto “Super polícia – Low Cost” até à praia da Rocha, em Portimão, no Algarve.
Durante o protesto vão abordar turistas, nacionais e estrangeiros, para lhes explicar que Portugal só é um país seguro por causa do sacrífico dos polícias.
A iniciativa lançada no início do verão visa desmontar o argumento do Governo de que há condições para manter, e até reforçar, a segurança.
À Renascença, Paulo Santos, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), diz que é preciso que as pessoas saibam que “a qualidade do serviço que prestamos à população portuguesa e a quem nos visita não assenta em boas medidas políticas, mas sim no espírito de missão e sacrifício dos profissionais da PSP”.
A ASPP critica a forma como o ministro da Administração Interna tem gerido as expectativas internas e externas, com Paulo Santos a dizer que, "por um lado, o Governo tenta responder à realidade salarial da PSP com caridade", algo que os agentes da polícia "não aceitam".
“Por outro, continuamos com uma comunicação política muito forte, dizendo às populações que está tudo bem, mas aquilo que se passa diariamente é que temos várias dificuldades e constrangimentos, fruto da insuficiência de efetivos.”
Para o rescaldo deste protesto, o maior sindicato da PSP está a preparar uma ação de sensibilização dos presidentes de câmara, sobretudo daqueles a quem o Ministério da Administração Interna tem prometido um reforço de meios.
“Aquilo que está a ser dito pelo Governo sobre a capacidade de resposta operacional, em termos de efetivos disponíveis para o policiamento na rua, está a traduzir-se em algo que é uma mentira."
Paulo Santos adianta que tem de "usar esse termo porque aquilo que se passa diariamente é um puxar do cobertor de um lado para o outro, sem que haja a resposta necessária para as dificuldades”.
O presidente da ASPP diz que é seu dever avisar os autarcas da real situação em que a PSP se encontra, para que “não apontem o dedo aos profissionais".
"É importante que percebam que aquilo que se passa na PSP é uma questão política, puramente política, e que a solução passa por montar um dispositivo policial que permita dar respostas capazes às populações." E para isso, conclui o sindicalista, "é preciso investir”.
Para já, o “super polícia – low cost”, com “baixos salários e sempre com trabalho suplementar”, vai abordando portugueses e estrangeiros de férias.
Em breve será a vez dos autarcas, e muito provavelmente o regresso aos protestos diretos contra o Ministério da Administração Interna.