17 jul, 2022 - 11:08 • Rafael Duarte
A 40.ª edição da Concentração Internacional de Motos de Faro vai ficar para a história. Começou por estar em risco de não acontecer, mas os amantes das duas rodas tiveram mesmo quatro dias de muita animação.
Devido ao estado de contingência, o acampamento foi transferido para um espaço que está urbanizado, mas o presidente do Moto Clube de Faro deixou críticas. Zé Amaro diz que a solução encontrada não foi suficiente para receber todas as pessoas e que um dos terrenos cedidos tem uma densidade florestal superior ao local que estava definido: “Não estava limpo, tem mais densidade de floresta. O terreno estava com detritos e mais propício a qualquer incidente que o terreno que já tínhamos limpo há três meses. Foi pior a emenda que o soneto”, lamenta.
E vai mais longe: “Não conhecem o terreno. Deviam vir aqui ver o terreno porque é no terreno que se vê as coisas. Não é em frente a um computador numa sala com ar condicionado”.
Por outro lado, o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, defende que os problemas sentidos se deveram mais a uma questão de logística.
“A questão aqui é que como nós tivemos que fazer esta mudança há última hora. Os WC, chuveiros e incluindo até os bares de apoio da restauração tivemos que improvisar e se calhar aí houve algumas situações que não correram pelo melhor porque não conseguimos dar o conforto às pessoas”, considera.
O presidente do Moto Clube de Faro revela que foi registada uma contraordenação por estarem campistas no local impedido.
“Houve uma contraordenação porque ultrapassámos as ordens que estavam para cumprir, mas agora os advogados do Moto Clube vão tratar disto da melhor maneira. Tudo o que fizemos foi para melhorar e salvaguardar a segurança das pessoas”, garante.
No fecho de mais uma Concentração, Zé Amaro não dá como certa a 41.ª edição.
“Há determinadas restrições que prejudicam a Concentração e a falta de terreno vai fazer com que a concentração acabe. Embora as pessoas considerem que é zona de floresta, cada vez há menos floresta e cada vez vai ser mais urbanizado”, fazendo por isso um apelo: “Esta zona devia ficar propriedade do Município e ficava uma zona verde que permitia a organização da Concentração e a realização de outros eventos.”
Questionado pela Renascença, o presidente da Câmara de Faro deixou uma garantia: “Aqueles terrenos fazem parte do parque natural e por isso não é possível construir absolutamente nada. Até 2019 estávamos a usar um terreno urbano que estava do outro lado da estrada e que criava condições de conforto para as pessoas, mas neste momento a questão está ultrapassada e o terreno que a Concentração utiliza vai continuar a utilizar certamente porque não é possível fazer lá qualquer tipo de urbanização”.
A Concentração termina este domingo com destaque para o desfile das motos. Os motards saem do Vale das Almas pelas 10h00 e percorrem a cidade de Faro. Param no Largo de São Francisco e regressam para o encerramento do evento por volta do meio-dia.