25 ago, 2022 - 07:07 • Lusa
O presidente do PSD exige que a secretária de Estado da Proteção Civil peça desculpas aos portugueses por ter dito que, face à "severidade meteorológica", a área ardida este ano deveria ser 30% superior.
"Exigimos um pedido de desculpas aos portugueses, às famílias que estão hoje a sofrer este flagelo e também a muitos milhares de pessoas que estão no terreno a combater os incêndios florestais", afirmou Luís Montenegro, referindo que as declarações da governante exemplificam "o estado em que está o Governo".
"O Governo está em roda livre. Os membros do Governo estão a dizer coisas que são absolutamente inauditas e que nós entendemos com grande perplexidade e estupefação", acrescentou, em declarações aos jornalistas.
Em entrevista à SIC Notícias, na sexta-feira, a secretária de Estado Patrícia Gaspar afirmou que os "algoritmos e dados dizem que a área ardida" deveria "ser 30% superior", considerando ainda que, "apesar da complexidade, o dispositivo tem estado a responder bem".
"Dizer ao país, numa altura em que tanta gente está a sofrer no terreno, que, afinal de contas, está tudo a correr mais ou menos bem, porque estimava-se que ainda devia ter ardido mais 30% do que já ardeu, porque há um misterioso algoritmo no Ministério da Administração Interna, é de facto de uma perplexidade", observou o líder social-democrata, rematando: "Há aqui uma grande desorientação no Governo, na esteira do que acontece noutros setores".
Desde o início do ano já arderam em Portugal mais de 104 mil hectares, segundo dados oficiais do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.
Luís Montenegro visitou a 41.ª edição da Feira Agrícola do Vale do Sousa - Agrival, em Penafiel, no distrito do Porto, que decorre até domingo com cerca de 350 expositores.
O líder partidário lamentou, também, as recentes declarações da ministra da Agricultura depois de a Confederação da Agricultura Portuguesa (CAP) ter reclamado mais apoios do Governo para o setor fazer face às dificuldades provocadas pela seca.
"A ministra da Agricultura, perante uma reclamação legítima do setor e de uma das confederações mais representativas, veio dizer: esses senhores deviam é estar a explicar porque é que, aparentemente na campanha eleitoral, apelaram a que não se votasse no PS".
Em concreto, Montenegro defendeu "uma ajuda extraordinária para o acesso a fatores de produção, como os combustíveis e a eletricidade e outros, como fertilizantes e vários produtos que são hoje inflacionados, em função daquilo que está a acontecer no mercado de forma generalizada".