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Lisboa promete "mais apoios" aos bombeiros nos 34 anos do incêndio do Chiado

25 ago, 2022 - 13:56 • Lusa

Na madrugada de 25 de agosto de 1988, um fogo que deflagrou nos extintos armazéns Grandela destruiu 18 edifícios, provocou dois mortos e mais de 50 feridos, e desalojou cinco famílias, num total de 21 pessoas, deixando ainda duas mil pessoas sem emprego.

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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa assinalou esta quinta-feira os 34 anos do grande incêndio do Chiado, agradeceu o trabalho dos bombeiros da cidade, inclusive nos fogos que deflagram por todo o país, e comprometeu-se com “mais apoios”.

“Estou comprometido com o vosso trabalho e consciente do vosso papel, por isso sei bem a importância da construção da nova escola do Regimento [de Sapadores Bombeiros de Lisboa] em Marvila, a necessidade de requalificar mais quartéis no nosso regimento, a necessidade de atribuir mais meios, mais apoios, aos nossos bombeiros voluntários, para que cumpram diligentemente esta missão, e queremos fazer mais. Este executivo está do vosso lado”, declarou o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD).

Na cerimónia de comemoração do Dia Municipal do Bombeiro, que decorreu junto à lápide evocativa do incêndio do Chiado, na Rua do Carmo, Carlos Moedas realçou o trabalho destes “soldados da paz” nos momentos difíceis da vida da cidade, referindo que “a história do combate organizado aos fogos é antiga em Lisboa, foi impulsionada por D. João I [reinado de 06 de abril de 1385 a 13 de agosto de 1433], profissionalizada após a Restauração [da Independência, em 01 de dezembro de 1640] e modernizada no século XIX”.

“Foi tanto aquilo que a nossa cidade passou durante estes séculos. Em muitos momentos mais difíceis desta longa história, a nossa cidade teve sempre os bombeiros, os bombeiros como amparo, como forma de segurança, como forma de salvação da nossa gente”, enalteceu.

Memórias de um dia triste para Lisboa

Carlos Moedas destacou o dia 25 de agosto de 1988: “É um desses momentos em que os nossos soldados da paz salvaram a nossa cidade. Faz hoje 34 anos, exatamente, que deflagrou o incêndio do Chiado. Para muitos, a maior tragédia que se abateu sobre Lisboa depois do terramoto [de 1755].”

No seu discurso, após a evocação do incêndio, inclusive com a colocação de uma coroa de flores sob a placa comemorativa e a realização de um momento de silêncio, o autarca, que é natural de Beja, partilhou as suas memórias desse dia, indicando que se lembra “perfeitamente dessa tragédia”, era um jovem de 18 anos e foi nesse agosto de 1988 que “estava a chegar a Lisboa, pela primeira vez”.

“Lembro-me porque os meus avós viviam no Barreiro e, ao passar o barco, vimos o que era realmente o que se estava a passar: o medo, o choro, as pessoas, tudo nesse dia me marcou, mas marcou-me sobretudo o que a nossa cidade nesse dia perdeu”, afirmou recordando as duas vítimas mortais do incêndio - o bombeiro Joaquim Ramos, do Regimento de Sapadores Bombeiros, e um cidadão.

Na madrugada de 25 de agosto de 1988, um incêndio deflagrou nos extintos armazéns Grandela destruiu 18 edifícios, vários dos quais históricos, provocou mais de 50 feridos, além dos dois mortos, e desalojou cinco famílias, num total de 21 pessoas, deixando ainda duas mil desempregadas e ganhando lugar na memória coletiva como uma das piores catástrofes que assolaram a capital portuguesa.

“Como presidente da câmara, quero deixar um agradecimento a todos os nossos bombeiros, sapadores e voluntários”, referiu Carlos Moedas.

O autarca agradeceu ainda a participação dos bombeiros de Lisboa no combate aos fogos rurais por todo o país, inclusive na serra da Estrela, em Ourém e no Algarve, considerando que “são um exemplo do profissionalismo, da solidariedade”.

“Somos a capital do país e a nossa responsabilidade, meus amigos, é, por isso, acrescida. Temos o dever de ser um exemplo para o nosso país e por todo o país partilharmos esta nossa qualidade, a qualidade dos nossos bombeiros”, disse, reforçando o espírito de solidariedade que marcaram a ação no combate aos fogos em todo o território nacional.

Carlos Moedas deixou o compromisso de apoiar os bombeiros para que possam cumprir a sua missão.

A cerimónia, que despertou a curiosidade de quem circulava pela Rua do Carmo, contou com a presença do presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), José Duarte da Costa, do comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, Tiago Lopes, do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, e de comandantes e representantes dos corpos dos bombeiros voluntários e vereadores.

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