26 ago, 2022 - 07:00 • João Cunha , Marta Pedreira Mixão com Lusa
A Portway alerta para a possibilidade de constrangimentos nos aeroportos nacionais, devido à greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) que começa esta sexta-feira e se prolonga até domingo.
Segundo o sindicato, a paralisação visa contestar, entre outros pontos, a política de recursos humanos assumida pela empresa e também a ausência de atualizações dos salários.
O sindicalista Pedro Figueiredo promete um grande impacto: “Temos informação de que alguns voos de carga já foram cancelados para amanhã. Já temos também informação de algumas companhias a anunciar que vai haver greve e, portanto, deverá haver constrangimentos e demoras."
Pedro Figueiredo salienta ainda que “os serviços mínimos serão cumpridos", com "um voo para o Funchal (Lisboa-Funchal), Funchal-Lisboa, Porto-Funchal, Funchal-Porto e os serviços mínimos assegurados para alguma situação de emergência que possa ocorrer".
Em declaração ao jornalista João Cunha, da Renascença, Pedro Figueiredo afirma que a paralisação está a registar "bastante adesão". No primeiro de três dias de greve na Portway, há cerca de uma centena de voos cancelados em Lisboa e no Porto.
"Temos cerca de 60 voos cancelados em Lisboa, 30 chegadas e 30 partidas, sensivelmente. No Porto, temos a rondar os 20 voos de chegada e 20 de partida, portanto, 40 voos no total, incluindo também alguns voos de carga que já foram cancelados", detalha.
O Sintac acusa a Portway de promover um "clima de terror psicológico, onde proliferam ameaças e instauração de processos disciplinares, criando uma instabilidade social sem ímpar na história da empresa", e os trabalhadores reivindicam o cumprimento do Acordo de Empresa de 2016 e uma avaliação de desempenho que não sirva para evitar progressões.
O Sintac quer ainda o pagamento de feriados a 100% a todos os trabalhadores e atualizações salariais imediatas, que tenham em conta a inflação.
A ANA - Aeroportos de Portugal e a Portway alertaram na quinta-feira para possíveis perturbações em 22 companhias aéreas que operam nos aeroportos nacionais.
Numa nota divulgada nos sites, a gestora dos aeroportos nacionais,
detida pela Vinci, e a empresa de assistência em terra, do mesmo grupo,
publicaram uma lista de "companhias aéreas cujos voos poderão ser
afetados pela greve convocada por um sindicato" na empresa de
assistência em terra.
As companhias em causa são a Aegean, Air Canada, Air Transat, American
Airlines, Blue Air, Brussels, Cabo Verde Airlines, Easyjet,
Euroatlantic, European Air Transport, Eurowings, Finnair, Flyone, Latam,
Luxair, Swiftair, Transavia, Transavia France, Tunisair, Turkish
Airlines, Volotea e Wizzair. Estas empresas recorrem aos serviços da
Portway, sendo que existe outra empresa de 'handling' em Portugal, a
Groundforce.
Num comunicado, na quinta-feira de manhã, a Portway deu conta da
possibilidade de constrangimentos nos aeroportos nacionais, devido à
greve, lamentando "os incómodos que esta situação venha a causar aos
passageiros".
O pré-aviso prevê a paralisação geral dos trabalhadores da empresa de assistência em terra, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, com início às 00:00 de hoje e fim às 24:00 de domingo.
Tendo em conta o impacto que a greve pode ter nas operações aeroportuárias, a empresa aconselhou ainda os viajantes a confirmarem os respetivos voos junto das companhias aéreas, antes de se dirigirem para os aeroportos, sendo que as referências às companhias aéreas afetadas pela paralisação estarão em atualização permanente em no site.
[Notícia atualizada às 08:02]