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Demissão de Temido. É "absolutamente necessário" perceber que condições estão em falta

30 ago, 2022 - 09:09 • João Cunha com redação

"O que não se pode é, na minha opinião, centrar um problema que é perfeitamente transversal ao SNS em casos circunstanciais por mais gravosos que sejam", defende Noel Carrilho, da Federação Nacional dos Médicos.

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Noel Carrilho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), considerou esta terça-feira que o importante face à demissão de Marta Temido é perceber que falta de condições são essas que levaram a ministra da Saúde a resignar ao cargo.

"A nossa primeira reação, e olhando para o comunicado que anuncia esta demissão e que fala de ausência de condições para continuar no cargo, é tentarmos perceber que condições são estas que faltam. E se faltam a esta ministra, se o próximo ou próxima representante no cargo os virá a ter", defende em entrevista à Renascença.

Para Carrilho, só assim será possível garantir que o próximo titular da pasta não tem de enfrentar esses mesmos problemas.

"Mais do que personalizar na figura desta ministra que agora se demite, é preciso perceber se há aqui uma intenção de mudança de política, porque isso é que é absolutamente necessário que aconteça."

A FNAM também considera que há muito que há uma dissociação da realidade por parte da ministra demissionária, lamentando que não tenha havido a atuação necessária na devida altura.

"Quando já eram evidentes os sinais de que este era o destino expectável, de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) iria pagar a inação política, a falta de iniciativa a curto prazo, não houve atuação necessária na devida altura", diz.

Por fim, Noel Carrilho admite que a morte este fim de semana de uma grávida transferida do Hospital de Santa Maria para o São Francisco Xavier por falta de vagas na neonatologia pode ter sido a gota de água que levou Marta Temido a demitir-se.

"Admito que sim, até porque estas situações de enorme gravidade devem pesar naquilo que é a responsabilidade que um ministro tem no resultado da sua atuação."

Ainda assim, o presidente da FNAM destaca: "Na minha opinião, o que não se pode é centrar um problema que é perfeitamente transversal ao SNS em casos circunstanciais, por mais gravosos que sejam. Ou seja, temos de perceber através destes casos que há um problema que é um problema de fundo e portanto é aí que temos de atuar e olhar para as causas destas circunstâncias e destes problemas e modificar os motivos pelos quais eles acontecem."

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