13 set, 2022 - 19:22 • Ricardo Vieira
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O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, congratula-se com a decisão do Tribunal de Leiria de absolver o comandante dos Bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut.
Em declarações aos jornalistas à saída do tribunal, António Nunes disse que os verdadeiros responsáveis pelas falhas no incêndio de junho de 2017, que provocou 66 mortos e 44 feridos, possivelmente não estiveram no banco dos réus.
“Houve um julgamento, o tribunal decidiu e o que se verificou foi que aqueles que estavam no banco dos réus estavam inocentes. Provavelmente, outros que deveriam lá estar é que não estavam e, portanto, não puderam ser condenados”, declarou o presidente da LBP.
Questionado sobre quem deve pedir desculpas, António Nunes aponta aos “protagonistas” do sistema de combate a incêndios.
No banco dos réus estavam 11 arguidos, incluindo o(...)
“Eu acho que está bem patente que o sistema falhou. Não foi o comandante Augusto Arnaut que falhou e esse sistema tem protagonistas, eles existem, e devem vir agora a público”, sublinhou.
“Ao nível das estruturas do sistema de proteção e socorro que na altura já existiam e que hoje existem e que devem pedir desculpa por aquilo que fizeram aos Bombeiros portugueses e, em particular, ao comandante Augusto Arnaut”, frisou o presidente da Liga dos Bombeiros.
O comandante Augusto Arnaut vai ser condecorado pela LBP, que vai convocar um conselho nacional, a realizar no próximo dia 24 de setembro, "para apreciar a situação atual e tomar medidas que possam prevenir situações futuras, bem como para exigir a instalação de um Comando Nacional de Bombeiros".
"O sistema de Proteção Civil conseguiu colocar todas as culpas num homem íntegro, cujo único crime foi ter aceitado ser comandante de um corpo de Bombeiros", lamenta António Nunes.
Foram absolvidos todos os 11 arguidos acusados no caso da responsabilidade no incêndio de Pedrógão Grande, decidiu esta terça-feira o Tribunal de Leiria.
O tribunal considerou não haver nexo de causalidade entre a ação e omissão dos arguidos e o fenómeno único que aconteceu e que causou as 66 mortes no incêndio de 2017.