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Pouca oferta, preços elevados e o turismo no verão. Os trabalhos dos professores para arranjar casa no Algarve

13 set, 2022 - 09:08 • Rafael Duarte

Todos os anos os professores deparam-se com o problema de arranjar casa quando são colocados longe das suas áreas de residência. A Renascença falou com uma professora que está a dar aulas em Albufeira e já teve que sair da habitação encontrada mais cedo do que o previsto devido ao turismo.

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Começou a dar aulas no Algarve em 2018 e no início de cada ano letivo o mesmo problema.

"Não há alojamentos disponíveis e quando encontramos os preços não são muito simpáticos. A maior parte das pessoas que arrenda também não passa recibos e isso acaba por prejudicar porque nem sequer podemos deduzir essa despesa no IRS."

Quem o diz é uma professora em Albufeira que pediu para não ser identificada nesta reportagem. Conta que vivia no norte do país e sentiu momentos de aflição quando soube que foi colocada no Algarve.

"As listas saíam já depois das aulas começarem e nós tínhamos 24 horas para nos apresentarmos à escola e sem alojamento. Eu vinha muitas vezes sem alojamento e só quando chegava cá é que procurava", lamenta.

Encontrada uma habitação para ficar os problemas ainda não estão totalmente resolvidos. Isto porque com a chegada do verão, os senhorios procuram tirar partido da vinda de muitos turistas e com isso esta professora chegou a ter que sair mais cedo do que o previsto: "Já aconteceu e depois tive que arranjar outra solução como ficar num hotel ou numa pensão os dias que ainda precisava, uma parte do mês de julho. Mas também já aconteceu várias vezes quando chego em setembro não conseguir logo".

E no estado atual das rendas no Algarve mesmo nas zonas periféricas já é difícil encontrar rendas em conta: "No primeiro ano que fiquei colocada em Albufeira até procurei em Paderne, que é uma zona mais interior, mas os preços não diferem muito", conta.

Todos os anos é o mesmo problema para resolver enquanto continuar como professora contratada. Este ano conta que conseguiu ficar na casa onde estava e tem garantias de ficar até final de julho. Ainda assim, pede apoios por parte do Governo. "Os responsáveis de Governo se têm esse tipo de preocupação para outros grupos profissionais em garantir uma compensação em termos de deslocação, acho que no caso dos professores também devia haver uma preocupação semelhante", afirma.

A Renascença sabe que não está previsto qualquer apoio por parte dos municípios no Algarve no sentido de agilizar e facilitar esta procura dos professores por uma casa.

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