14 set, 2022 - 11:18 • Lusa
A adesão à greve de 24 horas dos policias municipais para exigir aumentos salariais rondava às 9h30 os 90%, estando mais de 20 esquadras encerradas, disse à agência Lusa fonte sindical.
"A adesão era a que esperávamos, cerca de 90%. Temos também pelo menos 25 esquadras em todo o país encerradas por falta de policias", afirmou o presidente do Sindicato Nacional das Polícias Municipais (SNPM), Pedro Oliveira.
No âmbito desta greve os polícias municipais concentram-se hoje ao final de manhã, em protesto, junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.
Pedro Oliveira disse à Lusa estar a "contar com a participação em Lisboa de cerca de 500 agentes", adiantando ter "cinco autocarros cheios".
Atualmente, existem cerca de 900 agentes das polícias municipais, a trabalhar em 37 autarquias do país.
O sindicalista referiu anteriormente à Lusa que os agentes se sentem "desrespeitados e menosprezados", uma vez que "a sua carreira profissional não está a ser valorizada, lembrando que os profissionais "estão a trabalhar com um salário que dista apenas sete euros do ordenado mínimo nacional".
"A carreira dos polícias municipais no regime geral está por regulamentar desde 2009. Estamos há 13 anos a aguardar pela regulamentação. Nasceu com salários muito parcos, as progressões são lentas e as alterações de escalão muito baixas", descreveu Pedro Oliveira.
O presidente do SNPM acusou os diferentes governos de se "esquecerem" destes agentes, ao contrário do que acontece com outros grupos profissionais.
"O nosso salário no início da carreira era o equiparado ao assistente técnico. Eles andaram a negociar a alteração dos índices do início das carreiras da administração pública. Os técnicos superiores foram aumentados e, mais uma vez, se esqueceram dos agentes da polícia municipal", criticou.
Esta, acrescentou, "é a polícia mais barata que existe" e, na Europa, não há outra "que ganhe menos e que tenha menos respeito por parte da entidade patronal, administração pública". A situação tornou-se ainda mais difícil com a crise gerada pelo aumento da inflação.
Devido a estas condições, Pedro Oliveira estima que nos últimos tempos abandonaram esta profissão cerca de 400 agentes.
Os agentes concentram-se a partir das 11h30 no Largo de Santos, partindo cerca das 12h00 em marcha de protesto em direção à residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, em São Bento.
No dia 3 de outubro, o SNPM será recebido pelo secretário de Estado da Administração Local, Carlos Miguel.