13 set, 2022 - 06:19 • Filomena Barros
Mais de 10 mil assinaturas fora recolhidas para pedir a criação do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual.
A presidente da Humanitas - Federação Portuguesa para a Deficiência Mental reconhece que até conseguiram mais assinaturas do que estavam à espera. “Nós queríamos ultrapassar as 7.500. Aliás, foi um movimento interessante à volta desta petição, além das nossas associadas que são mais de 40 em todo o país, houve várias federações, instituições, movimentos que se juntaram também a nós e que nos ajudaram”, conta Helena Albuquerque.
A petição tem 10.270 assinaturas e vai ser entregue esta terça-feira, às 15h00, ao presidente da Assembleia da República. E porque tem mais de 10 mil assinaturas, vai mesmo ter de ser discutida no Parlamento.
A Humanitas lançou esta iniciativa para colocar a deficiência intelectual na esfera política.
“Eu costumo dizer que a deficiência intelectual ouve-se e vê-se pouco, e acaba por passar despercebida relativamente às outras deficiências que têm um peso político muito maior. Porque há pessoas com outras deficiências, nomeadamente a nossa secretária de Estado da Inclusão, que estão em lugares essenciais de decisão política, e isso acaba por ter um peso. E há também vários deputados que têm deficiência física e sensorial, que estão lá. A deficiência intelectual não está lá!”, explica.
Helena Albuquerque pede também mais atenção às instituições ligadas à deficiência intelectual, no quadro das medidas do governo para fazer face à atual crise.
“As medidas de apoio às famílias foram benéficas. As pessoas dizem que é pouco, é, mas, de qualquer forma, foi um sinal do governo muito positivo. Relativamente às pessoas que estão dentro de instituições, há que cuidar das organizações que as apoiam diariamente, e isso ainda não foi feito”, adianta a dirigente.
Estão em causa os apoios para as instituições confrontadas com a redução das comparticipações das famílias, tendo em conta que “nós vivemos muito das comparticipações familiares, e há um abaixamento muito grande. Porque a comparticipação familiar é proporcional ao rendimento dos pais, quando baixa o rendimento, a comparticipação baixa e a instituição sobre essa pressão, e é uma coisa que não tem sido bem ponderada pelo governo, penso eu”.
Helena Albuquerque espera que haja novidades em breve, das negociações das confederações sociais com o Governo.