20 set, 2022 - 12:31 • Liliana Monteiro
Passaram 30 anos desde que a primeira mulher entrou nas Forças Armadas portuguesas e a ministra da Defesa, Helena Carreiras, recordou esta terça-feira que é necessário prosseguir o desígnio da igualdade no seio militar.
“Entre 2015 e 2021, a percentagem de mulheres militares subiu de 11% para 13%. Contamos atualmente com três mulheres oficiais generais no ativo, duas na Força Aérea e uma na Marinha. Para além destes importantes avanços, devemos continuar a trabalhar para a melhoria das condições proporcionadas a mulheres e homens que servem a Defesa Nacional”, disse a governante.
Durante a apresentação do Plano Setorial Defesa Nacional para a Igualdade 2022- 2025, na Cordoaria Nacional, em Lisboa, Helena Carreiras explicou que o “Ministério da Defesa Nacional ultrapassou o limiar mínimo de representação equilibrada entre homens e mulheres nos cargos de dirigentes (40%), sendo atualmente de 43%".
"Nos cargos de direção superior de 2.º grau atingiu a paridade (50%) e nos cargos de direção intermédia de 2.º grau, as mulheres representam 51%. De igual forma, a percentagem de mulheres nas equipas do Dia da Defesa Nacional passou de 9% para 25%.”
Nesta intervenção, a ministra explicou ainda que pretende manter o caminho de facilitar a articulação entre vida profissional, pessoal e familiar e olhar para os direitos de proteção na parentalidade.
Helena Carreiras quer também rever os requisitos de classificação e seleção no acesso às Forças Armadas para que exista maior adequação dos parâmetros de seleção às tarefas a desempenhar. Aposta também numa análise das barreiras ao recrutamento e numa avaliação da integração das mulheres nas Forças Armadas.
Entre os objetivos estratégicos apresentados estão: “a institucionalização da perspetiva de género em todos os processos relevantes, nomeadamente ao nível da análise, desenvolvimento, execução e avaliação da política de Defesa Nacional; promoção da participação das mulheres, capacitando-as, garantindo a sua participação substantiva e efetiva, a igualdade no acesso a todos os níveis da tomada de decisão e, no caso particular das Forças Armadas, a sua participação na componente operacional; aumento do numero de mulheres nas equipas de divulgação do Dia da Defesa Nacional”.
O Ministério da Defesa quer incluir ainda o Gabinete da Igualdade na orgânica do próprio ministério vai para isso apresentar uma proposta de projeto de decreto-lei junto da Assembleia da República.
Na lista do caminho a prosseguir está também a realização de inspeções anuais no âmbito da igualdade de género, assegurar a recolha e tratamento e divulgação de estatísticas relativamente aos recursos humanos por sexo.
“O esforço de concretização da igualdade de oportunidades, com vista à participação plena e inclusiva de mulheres e homens em todas as dimensões da vida social, depende das ações de todas e de todos. A Defesa Nacional não é exceção. No caso específico das Forças Armadas, existe uma necessidade permanente de adaptação às transformações no ambiente estratégico em que se inserem. A conflitualidade atual decorre de teatros de operações cada vez mais complexos, e as ameaças com que nos deparamos todos os dias exigem respostas, também elas, cada vez mais flexíveis e diversificadas”, sublinhou a ministra.