Caso de utente coberta de formigas. Misericórdia de Boliqueime garante que será "implacável"

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra uma utente do lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, em Loulé, deitada na cama e coberta de formigas.

Segundo o (a) autor(a) do vídeo, a idosa estaria amarrada à cama, com uma ferida aberta, e o seu filho já teria realizado várias queixas à instituição.

A Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime reagiu, na quarta-feira, através de uma publicação na rede social Facebook, na qual admite que o vídeo "documenta uma negligência grave" e informa que instaurou um inquérito para apurar os responsáveis pela situação, que descreve como "inadmissível".

"A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, tendo tomado conhecimento do vídeo partilhado (...) determinou a instauração de um inquérito de natureza disciplinar para apurar quem é (são) o(s) responsável(is)por esta situação inadmissível e será implacável (...) na punição", lê-se no comunicado.

A nota refere ainda que foi apresentada uma queixa-crime contra "a autora" que filmou e divulgou o vídeo nas redes sociais.

De acordo com o Correio da Manhã, a utente, de 86 anos, acabou por morrer um mês depois deste episódio, que ocorreu em julho.

O gabinete do Ministério Público confirmou à Renascença que os factos estão a ser investigados e que foi determinada "a realização de autópsia médico-legal no âmbito de inquérito oportunamente instaurado".

Questionada pela Renascença, a Segurança Social adianta que recebeu, a 6 de setembro, "uma denúncia onde terá sido relatada uma situação de eventuais maus tratos a uma idosa, utente do lar da Santa Casa de Misericórdia de Boliqueime. Foi, de imediato, aberto um processo de averiguações e informado o Ministério Publico do teor da referida denúncia, estando em curso processo criminal".

No mesmo esclarecimento, a Segurança Social refere ainda que, dois dias depois, a 8 de setembro, "uma equipa inspetiva do Instituto da Segurança Social, acompanhada por um elemento da GNR, uma técnica de saúde ambiental, uma enfermeira e o Delegado de Saúde, realizou uma ação de fiscalização ao equipamento em questão. O processo de averiguações encontra-se em curso, não tendo sido verificada qualquer situação semelhante à denunciada".

[Notícia atualizada às 14:48]