27 set, 2022 - 11:26 • Olímpia Mairos
A Câmara de Macedo de Cavaleiros vai investir 1,1 milhão de euros para substituir 4.300 contadores de água por equipamentos mais modernos, dotados de telemetria, permitindo medir em tempo real o consumo de água doméstico.
Segundo a autarquia, trata-se de um projeto, “inovador a nível nacional, permite a recolha e centralização dos dados, com recurso a um ‘software’ pioneiro, sem necessidade de deslocação de técnicos ao terreno para receber as leituras”.
A substituição dos equipamentos vai prolongar-se pelos próximos seis meses e está inserida num projeto mais alargado de redução significativa das perdas de água e, simultaneamente, diminuição do volume consumido e não faturado.
“São milhões de euros que, todos os anos, o município deita literalmente pelo cano, por falta de condições para fazer esta monitorização em tempo real”, explica o vice-presidente Rui Vilarinho.
De acordo com o autarca, os novos contadores estarão em comunicação com concentradores criteriosamente localizados e que enviam remotamente as leituras compiladas de cada setor para um computador, que centraliza toda a informação recolhida.
“Temos uma recolha e centralização em tempo real, sem necessidade de irem técnicos ao terreno para fazer a recolha ou fazer a leitura dos contadores. Trata-se de um projeto integrado, que reúne todas as etapas de monitorização do consumo, recolha dos dados e centralização das informações, algo que, tanto quanto sabemos, não se faz em mais nenhum município português”, destaca.
Seca
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Com este tipo de monitorização é possível “detetar, em tempo real, consumos anormais de água num determinado ponto do concelho, face ao que é a média de consumo”, sublinha o autarca, acrescentando que a acontecer esta situação “o município recebe um alerta e pode, de imediato, ativar uma equipa de técnicos para inspecionar o local e perceber se está em causa uma rutura na rede ou, eventualmente, um furto de água.
O vice-presidente da Câmara de Macedo destaca que, devido ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no último ano, já foi possível detetar algumas situações de consumos abusivos, que imediatamente são interrompidos e comunicados às autoridades competentes.
“O município tem um problema, conhecido, de desperdício de água por ruturas na rede e roubos de água”, recorda, frisando que “temos vindo progressivamente a reduzir esses valores, com poupanças consideráveis”.
“Esta é uma preocupação que ganha ainda mais importância face às alterações climáticas registadas e que têm contribuído para períodos de seca muito prolongada, como se tem verificado este ano”, adverte Rui Vilarinho, reiterando que, também por isso, “a Câmara Municipal tem uma responsabilidade acrescida de ser um agente de mudança e de incentivo ao consumo consciente de água”.
“Estamos crentes que este investimento é mais um passo rumo à consciencialização das pessoas para a importância de poupar água”, conclui.
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