29 set, 2022 - 12:30 • Cristina Nascimento
Amílcar Moreira, investigador do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), considera que “como país, não nos pensamos para o futuro” e denuncia dificuldade no acesso a dados públicos que permitiram desenhar melhores políticas publicas.
O investigador diz que “Portugal está estruturalmente atrasado no acesso a dados”, o que considera ser “uma vergonha”.
“Faço parte de uma comunidade de investigadores que há 20 anos pede dados e não consegue obtê-los”, exemplificou.
Amílcar Moreira pega na ideia lançada pelo líder do PSD sobre a redução do IRS Jovem e questionou se essa medida será a melhor ou se existiriam outras, por exemplo, um “bem desenhado” subsídio para tornar a habitação acessível. “Esse comparativo pode ser feito através na análise de dados”.
Este investigador deu outro exemplo de falta de planeamento e importância dos dados: o recente estudo sobre que necessidades de professores é que o país vai ter. O documento é positivo, assegura, mas “está 20 anos atrasado”.
Na sua intervenção na conferência “Em Nome do Futuro: Os desafios da juventude” esta quinta-feira, deu ainda o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) como outro exemplo que não se pensa o futuro, lembrando que os governantes assumiram publicamente que o PRR permitira fazer o investimento que não foi feito nos últimos 20 anos.