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Desperdício alimentar. "Não é admissível que um terço do que é produzido acabe no lixo", diz Isabel Jonet

29 set, 2022 - 20:57 • Lusa

Dados referentes a 2020 indicam que nesse ano foram desperdiçadas em Portugal 1,89 milhões de toneladas de alimentos. Cada português desperdiçou, em média, 183,6 quilos de alimentos.

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A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, diz ser intolerável e absurdo o facto de cada português desperdiçar 183 quilos de alimentos por ano.

"É pior do que se suspeitava", referiu a responsável durante uma conferência, em Lisboa, onde foram conhecidos dados do Instituto Nacional de Estatística sobre desperdício alimentar.

Os dados oficiais, revelados hoje pela primeira vez, referem-se a 2020 e indicam que nesse ano foram desperdiçadas em Portugal 1,89 milhões de toneladas de alimentos, pelo que cada português desperdiçou em média 183,6 quilos de alimentos.

As estatísticas do INE revelam que são as famílias que mais desperdiçam. Os números indicam que mais de 1,2 milhões de toneladas de alimentos foram nesse ano desperdiçadas pelas famílias, seguindo-se a restauração, com mais de 237 mil toneladas, o comércio e distribuição, com 214 mil toneladas, a produção primária, mais de 101 mil toneladas, e a indústria alimentar, com cerca de 61 mil toneladas.

“Compramos demasiado, compramos mal, deixamos estragar. Não é admissível que um terço do que é produzido acabe no lixo”, disse Isabel Jonet nesta iniciativa do Movimento Unidos Contra do Desperdício.

Ana Cristina Carrola, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que também participou no debate, salientou que a média de desperdício por ano e por habitante, na União Europeia, é de 173 quilos, abaixo dos 183 quilos que os portugueses desperdiçam. “É inconcebível nos dias de hoje”, lamentou.

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  • António Costa Gomes
    30 set, 2022 Braga 08:22
    Bom dia. O problema do desperdício alimentar é do domínio da educação cívica, moral e religiosa. É um crime sabendo que inúmeras pessoas passam fome. O problema deve ser tratado a nível escolar. Mas não só, pois a escola tem muitas outras tarefas a desenvolver. Deve ser tratado a nível da educação religiosa (cristã) pois é um dever grave de consciência ser justo e caritativo para com o nosso semelhante. Tal não acontece porque não se fazem campanhas de informação. Mais: infelizmente as igrejas estão vazias. Porque? Não é fácil a explicação. Outras entidades que deveriam colaborar no combate ao desperdício são os meios de comunicação social: televisões e jornais. Apregoam tudo visando somente o lucro ou o escândalo/crime mas não se lembram dos que moram à beira da estrada morrendo de fome e de frio. Em poucos segundos diários, pro bono, poderiam fazer campanhas com resultados enormes. Seria a prestação de um serviço social ou, se quiserem, socio-caritativo de enorme alcance. Acho que os responsáveis/voluntários da LPICF deveriam insistir nesta via.

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