29 set, 2022 - 11:26 • Diogo Camilo
O presidente do PSD, Luís Montenegro, defendeu esta quinta-feira a aplicação de uma taxa máxima de IRS de 15% para quem tem menos de 35 anos, de forma a valorizar e fixar os jovens em Portugal, além de sistemas de carreiras mais atrativos na administração pública, medidas “estratégicas” que terão um "impacto muito grande nos que estão a começar a sua vida ativa".
Falando na abertura da conferência “Em Nome do Futuro: Os Desafios da Juventude”, organizado pela Rádio Renascença e pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o líder social-democrata voltou a trazer à mesa um “compromisso” que já tinha abordado no último congresso do PSD e que quer levar a discutir no Orçamento do Estado para 2023: uma taxa de IRS máxima de 15%.
“Um dos temas que abordei na campanha [das internas para a liderança do PSD], e que será consumado brevemente, até porque vamos ter discussão do Orçamento do Estado, é que os jovens em Portugal até aos 35 anos tenham uma taxa de IRS máxima de 15%”, disse, acrescentando ser necessário um “regime fiscal mais favorável do que para outras pessoas na vida ativa”.
A medida, que consta na moção estratégica que levou ao último congresso do partido, está a ser desenhada e deverá garantir a progressividade dos escalões, garantindo que “os mais altos rendimentos fiquem fora, nomeadamente o último escalão de IRS fique da aplicação de uma medida desta envergadura”.
Montenegro afirmou ainda que cabe à administração pública dar o exemplo para ser apelativa aos jovens e que não deve haver medo em admitir quando o Estado falha.
“Um jovem licenciado que vá hoje para a administração pública, para um quadro superior, recebe uma remuneração muito pouco acima do salário mínimo nacional”, exemplifica, acrescentando que a sua perspectiva de progressão na carreira é “muito limitada” e que esta não deve ser a forma “mais atrativa” de ir buscar os melhores trabalhadores.
O líder social democrata falou ainda no exemplo da privatização da saúde, indicando que são necessárias "políticas que conciliem os três grandes setores, público, social e privado".