04 out, 2022 - 08:47 • Marta Pedreira Mixão
Os hospitais funcionam todos os dias do ano, 24 horas por dia e são, por isso, grandes consumidores de eletricidade e gás. Os fornecedores são contratados através de acordos negociados por empresas dos Estado - ESPAP e SPMS -, mas nem assim evitam os aumentos nas faturas.
E, perante faturas energéticas cada vez mais elevadas, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde estão a implementar medidas para baixar os consumos diários e aumentar a eficiência, reduzindo assim a os custos.
Segundo o Jornal de Notícias esta terça-feira, os hospitais têm adotado medidas como a mudança de lâmpadas, redução da iluminação exterior, desligar computadores e equipamentos médicos, instalação de painéis solares para aquecer a água e tentam ainda poupar na climatização.
A subida dos preços não tem atingido apenas a energia, os bens e serviços também estão a aumentar e os curtos orçamentos não chegam para as despesas. De acordo com a publicação, os administradores hospitalares alertam que, apesar de ainda não se refletir, a dívida está a crescer.
Usando como base algumas faturas de unidades de saúde, o JN refere, por exemplo, que o "Centro Hospitalar Lisboa Central – que integra os hospitais de S. José, Santa Marta, Capuchos, Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa – viu a fatura do gás disparar 227% e a fatura da eletricidade subir 171%".
Já no caso da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, registou-se "uma subida de 187% na conta da energia", enquanto no Centro Hospitalar de Gaia/ /Espinho, a despesa com luz e gás "cresceu 40% entre janeiro e julho". Esta unidade, por exemplo, está a adotar um plano de melhoria da eficiência energética em curso – desde a instalação de painéis fotovoltaicos para autoconsumo, aquecimento das águas por painéis solares e iluminação LED.
Em Leiria, por sua vez, o Centro Hospitalar avançou com um plano de redução do consumo de energia e de água – para também dar resposta à seca que o país enfrenta. Para baixar a fatura energética reduziram a iluminação noturna dos parques de estacionamento, das zonas de circulação dos hospitais e as luzes decorativas. Além destas medidas, a climatização também foi ajustada e os equipamentos elétricos que não estão a ser utilizados são desligados.