17 out, 2022 - 15:42 • Beatriz Lopes
Sandra Araújo vai ser a nova coordenadora da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza.
A informação foi avançada esta segunda-feira à Renascença pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
A ministra sublinha que "Sandra Araújo tem sido ao longo dos últimos a diretora executiva da Rede Europeia Anti-Pobreza e, portanto, tem uma experiência imensa, com conhecimento muito grande do terreno, e muito orientada para o cumprimento desta missão".
Sandra Araújo, que assume agora a coordenação da Estratégia Nacional, é atualmente diretora executiva da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN, na sigla em inglês) Portugal, onde ingressou em 1994, dois anos após ter iniciado a sua carreira no Projeto de Luta Contra a Pobreza, no Centro Histórico de Gaia.
Como diretora executiva da EAPN Portugal, tem desenvolvido atividades no âmbito do combate à pobreza e às desigualdades sociais, coordenação e gestão de projetos de nacionais e internacionais, e gestão de recursos humanos.
Coordena também a atividade dos observatórios da EAPN Portugal, que representa no Comité Executivo da EAPN Europa, acrescenta o comunicado.
Ana Mendes Godinho diz acreditar que a nova coordenadora será um "motor" para a resolução de problemas sociais em Portugal, e terá como prioridades o combate à pobreza infantil, e à pobreza em contexto laboral.
"O facto de passarmos a ter Sandra Araújo como coordenadora da estratégia acho que é um ótimo sinal e um ótimo motor para garantir que todas as áreas de intervenção da estratégia que foram identificadas possam ser colocadas no terreno de forma rápida, como temos procurado fazer com a gratuitidade das creches ou com a agenda do trabalho digno e da valorização dos salários", sublinha a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Os dados da Pordata para o Dia Internacional da Pobreza, assinalado esta segunda-feira, e citados pelo Diário de Notícias, revelam que o número de pessoas em risco de pobreza ou de exclusão social aumentou 12,5% em 2020 comparativamente a 2019, a primeira subida desde 2014.
Os mais ricos estão mais ricos e os mais pobres, mais pobres. Somos o 2.º país com mais pessoas a viver em más condições materiais.
"Portugal desviou-se da trajetória de redução da pobreza que vinha a fazer desde 2014 . Em 2020 houve um agravamento. Sem os apoios sociais, 4, 4 milhões são pobres ou têm rendimentos abaixo do limiar da pobreza [554 euros mensais], o que passa para 1,9 milhões após as transferências sociais", explica Luísa Louro, diretora da Pordata.
O país está mais longe da meta a atingir até 2030 - menos 765 mil pobres.