20 out, 2022 - 15:07 • Teresa Paula Costa
O Governo português mantém, para já, a intenção de entregar de seis helicópteros Kamov à Ucrânia, para apoiar as forças ucranianas no combate aos russos.
A confirmação partiu da ministra da defesa depois de ter sido confrontada com a posição da Federação Russa que considera a decisão uma violação de obrigações contratuais.
Helena Carreiras falava na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros que se realizou nesta terça-feira.
A Ministra esclareceu que "a intenção se mantém naturalmente nas atuais circunstâncias", mas "como em qualquer outra política, se houver circunstâncias que nos obriguem a revisitar e ponderar naturalmente far-se-á". Por enquanto, salientou Helena Carreiras, "não há qualquer intenção de alterar (a decisão) nas presentes circunstâncias."
Recorde-se que, Moscovo acusa Portugal de quebrar obrigações contratuais, tendo em conta que os Kamov são de origem russa.
Nesta quinta-feira, na rede social Twitter, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova escreveu uma mensagem dirigida aos portugueses em que pedia para "se inibirem de dar passos que possam desacreditar Portugal como um parceiro fiável”.
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Para já, o governo português mantém a intenção de enviar os aparelhos para território ucraniano.
Em outubro, Portugal anunciou o envio para a Ucrânia dos seis helicópteros Kamov, que estavam atualmente sem licença para operar, por serem de origem russa, um dos quais estava inoperacional.
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"A pedido da Ucrânia e em articulação com o Ministério da Administração Interna vamos disponibilizar à Ucrânia a nossa frota de helicópteros Kamov que, em virtude do cenário atual, das sanções impostas à Rússia, deixámos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer poderemos repará-los”, disse na altura a ministra a Defesa de Portugal, Helena Carreiras.
A ministra sublinhou que os helicópteros seriam transferidos no estado em que se encontravam, precisando de reparação, mas acreditando que serão “muitíssimo úteis à Ucrânia”, acrescentando que Kiev tinha agradecido o gesto do Governo português.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.