23 out, 2022 - 23:20 • Lusa
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pediu uma auditoria ao socorro pré-hospitalar e garante estar "empenhada em ajudar a resolver o problema dos atrasos na resposta a situações de emergência médica".
Salientando estar "empenhada em ajudar a resolver o problema dos atrasos na resposta a situações de emergência médica", a LBP refere em comunicado que "já manifestou por várias vezes essa disponibilidade ao INEM, que nunca deu resposta".
Fonte oficial do INEM, contactada pela Lusa, afirmou que aquele organismo e a LBP "têm vindo a dialogar sobre várias matérias relacionadas com a emergência médica pré-hospitalar", e que, "da parte do INEM, este diálogo continuará a ser feito em sede própria e diretamente com a LBP".
"É de referir que grande parte do socorro pré-hospitalar é já assegurado pelos Corpos de Bombeiros enquanto entidades integrantes do Sistema Integrado de Emergência Médica", lê-se numa nota enviada à agência Lusa.
Por seu lado, a LBP alerta, que "já o manifestou várias vezes ao INEM e à tutela, que o número de ambulâncias de que a emergência pré-hospitalar dispõe é insuficiente tendo em conta o número de ocorrências". .
"O reforço dos postos está em execução, mas infelizmente sem os resultados desejados e sem que a Liga tenha sido ouvida relativamente ao seu posicionamento", lamenta.
A Liga alega que já propôs ao INEM "a absoluta disponibilidade dos corpos de bombeiros para terem, todos e cada um deles, uma ambulância de socorro, para além do reforço de ambulâncias em alguns dos postos de emergência médica já em operação". .
"Neste momento já existem cerca de 300 ambulâncias a ser operadas pelos corpos de bombeiros (a que se juntam cerca de 40 na Cruz Vermelha e cerca de 60 no INEM)", refere a LBP, indicando que "manifestou igualmente disponibilidade para operar ela própria três ambulâncias em Lisboa, o distrito onde se verificam mais carências e os atrasos no socorro são mais significativos".
A Liga alerta que, "apesar de cerca de 75% das ambulâncias de socorro serem operadas pelos Bombeiros, através de protocolos, é ao INEM que compete, por lei, a definição, organização, coordenação e avaliação das atividades de emergência médica, nomeadamente no que diz respeito ao socorro pré-hospitalar".
Para a LBP, "os Bombeiros não podem ser responsabilizados pela agudização do estado de saúde das vítimas de acidentes ou doenças súbitas devido ao facto de o INEM não estar organizado ou o Estado não garantir os meios suficientes".
Na nota enviada à Lusa, o INEM lembra os dados que divulgou este domingo, que mostram que "os tempos para acionamento do primeiro meio de emergência situam-se nos três minutos, com 99,86% das situações a contarem com acionamento do primeiro meio em menos de 30 minutos, e destas, 90% contaram com o acionamento do meio até cinco minutos".
O INEM sublinha que estes números "demonstram o bom desempenho do sistema, em linha com os resultados obtidos noutros sistemas de emergência médica como Espanha ou Reino Unido".
De acordo com os dados, o INEM demorou uma hora ou mais a acionar meios de assistência em mais de mil dos cerca de 931 mil acionamentos registados entre janeiro e agosto deste ano.
Os acionamentos feitos numa hora ou mais são 0,125% do total de acionamentos registados nos primeiros oito meses do ano passado (931.685), o que corresponde a 1.164.