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Mais de 30% dos técnicos de emergência pré-hospitalar abandonam profissão

25 out, 2022 - 18:55 • Lusa

Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar pede aos deputados que emendem falta de interesse destes profissionais, no Orçamento do Estado para 2023.

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O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) alertou esta terça-feira para um abandono da profissão “muito acima dos 30%” e pediu aos deputados para corrigirem a falta de atratividade da carreira no Orçamento do Estado para 2023.

A profissão “passa por elevadas dificuldades, muito causadas pela elevada taxa de abandono, muito acima dos 30%. Já era assim antes da pandemia, agravou-se e com tendência para piorar”, adiantou o presidente do sindicato na Assembleia da República, onde foi ouvido da Comissão de Saúde a pedido do PSD.

Segundo Rui Lázaro, esta situação faz com que ambulâncias fiquem “paradas por falta de técnicos” e que, nas centrais de emergência do INEM, “já se comecem a sentir dificuldades ao nível da operacionalização dos postos de trabalho”.

O dirigente sindical disse que os deputados têm a “responsabilidade, com as propostas e com as leis que fazem na Assembleia da República, de tentar, ainda a tempo do Orçamento do Estado, corrigir estas dificuldades”.

De acordo com o presidente do STEPH, é urgente tornar um “pouco mais atrativa" a carreira de técnico de emergência pré-hospitalar para que a “elevada taxa de abandono possa diminuir e para que os concursos que têm sido abertos e que têm ficado praticamente vazios possam ser preenchidos”.

“Técnicos altamente qualificados, que trabalham de dia e de noite, 365 dias por ano, à chuva e ao vento, com a responsabilidade de, nas nossas ações, estar a vida e a morte dos portugueses, que fazem exames complementares de diagnóstico nas ocorrências e preparam e administram medicação, a ganhar o que é hoje o salário mínimo nacional, convenhamos que é no mínimo desadequado”, alertou.

Na mesma linha, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais adiantou que se regista “um grande abandono desta atividade”, uma vez que “não é apelativa, não tem carreira e não tem regime específico de reforma ou aposentação”.

“Se isso continuar assim, cada vez mais o socorro vai regredir a este nível. Neste momento, chegamos a ter ambulâncias que vão de Sintra fazer socorro à zona do Seixal, tal é a falta de pessoal neste setor”, assegurou Sérgio Carvalho.

Segundo o dirigente sindical, os bombeiros que prestam socorro às populações têm como “referência salarial o ordenado mínimo nacional”.

“É uma atividade sem subsídio de risco e é de grande desgaste diário. Num único dia, um bombeiro pode ter cinco, seis, sete, dez serviços esgotantes do ponto de vista físico e mental, além da parte técnica”, sublinhou Sérgio Carvalho.

Num requerimento de abril deste ano, o PSD pediu para a Comissão de Saúde ouvir vários sindicatos e entidades ligadas à Saúde, no sentido de permitir ao parlamento “ter uma visão mais abrangente do atual estado do setor da Saúde, bem como identificar e sinalizar as questões que carecem de atenção mais premente” dos deputados, após mais de dois anos de pandemia.

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