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Cancro

IPO Lisboa vai reagendar para "data próxima" tratamentos adiados pela greve dos farmacêuticos

27 out, 2022 - 00:18 • Lusa

Em comunicado, o Instituto Português de Oncologia reconhece que “todos os dias há tratamentos oncológicos que são remarcados por razões clínicas”.

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O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa explicou esta quarta-feira que os tratamentos adiados devido à greve dos farmacêuticos serão reagendados para data próxima, sublinhando que todos os dias há tratamentos oncológicos remarcados por razões clínicas.

Em comunicado, o IPO de Lisboa Francisco Gentil garante que, nos dois dias de greve que hoje terminam, o Serviço Farmacêutico “assegurou o funcionamento da Unidade de Preparação de Citotóxicos (tratamentos de quimioterapia e imunoterapia), entre as 08h00 e as 15h00”, garantindo o funcionamento do Hospital de Dia de Adultos e dando prioridade “aos doentes que fazem ciclos de quimioterapia com tratamentos diários”.

Sobre o adiamento de tratamentos por causa da greve, disse que "serão reagendados para data próxima”, salientando que “todos os dias há tratamentos oncológicos que são remarcados por razões clínicas”.

No comunicado, o IPO de Lisboa informa que "no Hospital de Dia Pediátrico todos os tratamentos de quimioterapia marcados foram realizados”, acrescentando que, no internamento, a dispensa dos medicamentos “foi garantida como habitualmente, em dose unitária”.

“A farmácia de ambulatório esteve encerrada, mas assegurou a dispensa de medicação urgente e inadiável a todos os doentes com indicação para o efeito”, explicou o instituto, acrescentando que estão a ser assegurados os serviços mínimos definidos no Acordo Coletivo de Trabalho, que são os mesmos para todos os hospitais do SNS.

A explicação do IPO de Lisboa surgiu depois de hoje, em declarações de manhã à agência Lusa, o ministro da Saúde ter lamentado o adiamento do inicio de tratamentos oncológicos, considerando que "os doentes oncológicos não podem ser usados num processo de luta laboral, seja qual for esse processo e a sua legitimidade”.

O governante sublinhou que “não está em causa a utilização do direito à greve”, mas insistiu: “acho que é difícil encontrar razoabilidade numa forma de luta que põe em causa os doentes mais vulneráveis, que são os doentes oncológicos”.

“Repito, insisto no meu apelo ao compromisso ético dos farmacêuticos do SNS”, acrescentou.

Contactado pela Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, que convocou a greve, veio refutar as acusações do ministro, garantindo que todos os pedidos urgentes que chegaram às farmácias hospitalares foram respondidos.

Numa nota emitida durante a tarde, o sindicato disse estranhar que o governante não tenha a mesma preocupação com os adiamentos e continuação destes tratamentos “por falta de recursos humanos, de equipamentos, meios complementares de diagnóstico ou de condições logísticas adequadas” para a sua administração.

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