27 out, 2022 - 08:20 • Lusa
A Metro Mondego está a revisitar, juntamente com a Câmara de Coimbra, o projeto paisagístico da empreitada da Linha do Hospital para tentar reduzir o número de árvores a abater.
"A única coisa que ainda está a ser estabilizada é o projeto paisagístico da Linha do Hospital. Estamos a fazer uma revisitação desse projeto de paisagismo, para termos a capacidade de reduzir o número de árvores intervencionadas", disse o presidente da Metro Mondego, João Marrana, que participava na conversa "SOS Árvores: Coimbra precisa de reforma?", dinamizada pelo jornal local Coimbra Coolectiva.
O debate surge após uma onde de protestos e críticas à autarquia e à Metro Mondego (MM), após o abate de plátanos centenários na avenida Emídio Navarro, no âmbito da empreitada de construção do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM).
Já sobre o plano de arborização acordado entre a Câmara e a MM, em que se compromete a plantar três árvores por cada uma abatida, o responsável realçou que espera adjudicar uma primeira fase do plano de plantação "na próxima semana".
"Gostaríamos de receber os contributos dos cidadãos de onde poderíamos fazer a plantação das árvores e de que espécies", vincou.
Também o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, salientou o diálogo que tem havido entre o município e a MM, referindo que já foi evitado "o corte de uma série de árvores", sem especificar.
"Vamos analisar árvore a árvore, à medida que o projeto vai progredindo", disse o autarca eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Aliança/RIR e Volt), realçando que o novo executivo assumiu funções com o projeto "já aprovado e em obra", estando "a fazer o que é possível". .
Apesar disso, José Manuel Silva sublinhou a importância do SMM avançar, "um projeto amigo do ambiente" (contempla a utilização de autocarros elétricos em via dedicada).
Também a participar na conversa, o biólogo da Universidade de Coimbra Jorge Paiva, que notou que era a primeira vez que estava a dialogar publicamente com um presidente de uma câmara, vincou que é necessário dar outra atenção às árvores e desenhar traçados que as tenham em conta. .
"Se o metro passasse pelos Arcos [aqueduto romano reconstruído no tempo de D. Sebastião], deitavam-se os Arcos abaixo? E não é um ser vivo. As árvores não se mexem, as árvores não gritam", asseverou.