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OSCOT admite "reorganização, mas sem encerramento das esquadras" da PSP

27 out, 2022 - 18:02 • Pedro Mesquita

Presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo reage à proposta do diretor nacional da Polícia de Segurança Pública.

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Bacelar Gouveia defende reorganização sem encerramento de esquadras da PSP

O encerramento de esquadras em Lisboa e no Porto, proposto pelo diretor nacional da PSP, poderá não aumentar a presença policial nas ruas, alerta o presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT).

“Vejo isso com alguma preocupação, porque a proposta fala em equações matemáticas infalíveis, mas eu gostaria de saber quais são essas equações e essas contas”, afirma Bacelar Gouveia, em declarações à Renascença.

O presidente do OSCOT considera que, na ótica do cidadão, fechar esquadras “não é o caminho”. Teme que, se a proposta avançar, o país fique com menos esquadras e sem aumento do policiamento.

“A percepção que os cidadãos têm é que não é esse o caminho. Muitas vezes, as esquadras são fechadas, garante-se que há patrulhamento, mas depois nós não vemos nada. Falo como cidadão. Depois não temos nem uma coisa nem outra, nem esquadras nem vamos ter pessoas na rua.”

Bacelar Gouveia admite a existência de casos pontuais de esquadras muito próximas. Nesses casos, deve haver alguma reorganização.

“Admito que possa haver casos pontuais de excesso de esquadras e de esquadras muito próximas, penso que deve haver um processo de reorganização, mas que não passe pelo encerramento das esquadras. E há um pressuposto que está errado: as esquadras não funcionam só com polícias, podem funcionar com funcionários administrativos.”

PSP sugere fecho de esquadras em Lisboa e no Porto
PSP sugere fecho de esquadras em Lisboa e no Porto

O presidente do OSCOT apela ao ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, para que escute outras opiniões, para não se precipitar.

Nestas declarações à Renascença, Bacelar Gouveia defende que não é encerrando esquadras que se corrige o desinteresse dos jovens pela carreira policial.

“O Estado tem que criar condições para que essas profissões sejam atrativas. Uma delas é a remuneração, mas não se pode resolver um problema com outro problema. Lá por não haver candidatos a agentes, aí temos um problema que vai criar outro problema que é fechar esquadras?”, afirma.

A Renascença tentou obter uma reação do ministro da Administração Interna, mas José Luís Carneiro declinou fazer qualquer comentário às declarações do diretor nacional da PSP.

Em entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do jornal Público, o responsável pela Polícia, Magina da Silva, reconhece um grave problema de recrutamento de polícias e revela a proposta que já entregou à tutela para o fecho de várias esquadras nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto de modo que se libertem polícias para as ruas.

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