28 out, 2022 - 19:03 • Teresa Paula Costa
O Governo quer rever o modelo de intervenção das comissões de proteção de crianças e jovens em risco (CPCJ). Nesta sexta-feira, em Ansião, no encerramento do encontro das CPCJs do norte do distrito de Leiria, a ministra da Segurança e Solidariedade Social revelou que, hoje mesmo, assinou um despacho conjunto com os ministérios da Justiça e dos Assuntos Parlamentares, com vista à criação de uma equipa que vai avaliar todo o sistema e propor alterações.
O objetivo é, disse à Renascença a ministra Ana Mendes Godinho, “identificar as necessidades de aperfeiçoamento do sistema de promoção e proteção das crianças e jovens em risco e também a definição do modelo de avaliação de intervenção nas situações de perigo de uma forma uniformizada”.
Pretende-se ter "cada vez mais uma leitura de terreno, mas também termos a capacidade de identificar o que é que temos que reforçar no próprio sistema para garantir que conseguimos chegar de uma forma cada vez melhor às crianças”, pois “há a necessidade de termos também aqui cada vez mais instrumentos para intervenção mais qualificada e também de reforço de meios.“
Ana Mendes Godinho revelou ainda que as 150 mil crianças portuguesas que atualmente recebem mensalmente 100 euros de apoio, a chamada garantia para a infância, vão ter acompanhamento local.
“Aquilo que nós estamos a fazer no âmbito da garantia da infância é criar um modelo para que todas as crianças que estão a receber os 100 euros mensais da garantia da infância, possam passar a ter um acompanhamento personalizado por parte das redes das redes sociais locais para garantir que não é apenas uma prestação financeira, mas que é um acompanhamento personalizado de cada uma destas crianças para perceber se têm as dimensões consideradas essenciais para qualquer criança em termos de desenvolvimento”, explicou a ministra.
Outro objetivo da ministra da Solidariedade Social é tirar as crianças e jovens das instituições.
Trata-se de “garantir que em todas as situações em que seja possível haver acolhimento familiar se deve privilegiar o acolhimento familiar”, pois “qualquer criança tem direito a uma família.”
Segundo Ana Mendes Godinho, “há cada vez mais famílias disponíveis”.
A governante explicou que tem vindo a desenvolver um processo “no sentido de identificação das famílias, mas também de capacitação e de reconhecimento das famílias”, pois “isto é um processo de uma enorme responsabilidade até do ponto de vista social”.