05 nov, 2022 - 11:57 • Lusa
A nova Unidade de Medicina Intensiva do Hospital de Faro, com uma resposta de 14 camas passível de expansão e que foi hoje inaugurada, vai permitir "uma grande elasticidade" no tratamento.
"Vamos aumentar o espaço da Urgência, que é sempre problemática, até para acomodar alguns doentes que ficam lá retidos à espera de vagas no internamento, e libertaremos uma unidade de cuidados intermédios para atribuir à decisão clínica e à Urgência, o que aumenta muito o nosso potencial ao nível dos cuidados intensivos", disse Horácio Guerreiro, diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), onde está integrado o Hospital de Faro.
As 14 camas poderão ser transformadas em 24, em caso de necessidade, e seis delas estão especificamente vocacionadas para os doentes AVC (acidente vascular cerebral), que a nível de cuidados intermédios são considerados de nível 02.
"Mas, o espaço e as camas podem ser reconvertidos para nível 03, os cuidados intensivos de nível mais elevado", acrescentou o responsável.
Além disso, será também possível "avançar na diferenciação" do Hospital de Faro, que conta iniciar cirurgias cardíacas "a curto prazo, de entre três a seis meses", existindo já "uma equipa altamente diferenciada" que pretender ir para lá trabalhar, acrescentou Horácio Guerreiro.
"Estamos a enviar cerca de 150 doentes do coração para serem operados em Lisboa -- um volume bastante grande -, além da cirurgia torácica, que também passaria a ser feita cá. É importante ter cuidados intensivos e elasticidade na oferta de cuidados intensivos, porque muitos desses doentes, da cirurgia cardíaca ou pulmonar, precisam de cuidados intensivos", salientou.
A nova unidade partilha uma área destinada a um Centro de AVC que melhora a capacidade de resposta ao nível da trombectomia (intervenção endovascular), evitando a deslocação de doentes para Lisboa, "onde muitas vezes chegavam sem tempo de intervenção", admitiu o diretor clínico do CHUA.
Foi também inaugurado um laboratório de Ortoprotesia, em cooperação com a Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, que permitirá produzir internamente próteses e ortóteses.