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Lisboa. Hospital de Santa Maria lança "via verde" para o transplante renal

08 nov, 2022 - 08:00 • Anabela Góis

Trata-se de um processo de sinalização rápido e de atuação rápida para que o doente seja transplantado no mais curto espaço de tempo possível, o que vai ter obviamente impacto no seu futuro.

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O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, acaba de criar uma via verde para o transplante renal, um sistema que acelera o processo de preparação do candidato a receber um novo rim.

Um doente que é chamado para transplante renal é operado de urgência, idealmente nas primeiras horas após a colheita, de forma a reduzir o tempo de ísquemia fria, garantindo, assim, a melhor sobrevida do enxerto renal.

"Até há bem pouco tempo o doente chegava ao serviço de urgência, era contactado o serviço de nefrologia e então era despoletado todo o processo de realização de avaliação laboratorial, imagiológica, avaliação clínica, sendo que só posteriormente é que o doente era admitido no serviço de nefrologia e transplantação renal para iniciar a terapêutica de imunossupressão pré transplante. Todo este processo vai continuar a ser feito só que de uma forma muito mais célere", diz à Renascença o diretor do serviço de nefrologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), José António Lopes.

“Estimamos que, com a introdução da Via Verde para acelerar o processo da avaliação do candidato para transplantação renal, até ser submetido a intervenção cirúrgica possamos, num intervalo máximo de duas a três horas, ter os elementos clínicos, imagiológicos, eletrocardiográficos e laboratoriais suficientes para aprovar a realização do transplante", reforça o responsável clínico.

A transplantação renal é a técnica de substituição da função renal de eleição, que confere a melhor sobrevida aos doentes renais crónicos em estadio 5. No CHULN são feitos em média 70 a 80 transplantes de rim por ano. José António Lopes espera que esta "Via Verde", agora a dar os primeiros passos, seja uma mais valia, embora nesta altura, ainda esteja em fase de aperfeiçoamento: “Efetuamos um transplante na semana passada, no dia em que foi inaugurada esta Via Verde. Correu relativamente bem, embora alguns aspetos ainda estejam por aperfeiçoar, como é natural, num processo desta envergadura. É um processo inicial e que se pretende bem oleado."

"Hoje, por acaso, vamos ter outro transplante que vai obedecer à mesma via para agilização do processo desde a chegada do doente ao hospital até ao ato cirúrgico. Em média, podemos dizer que cerca de 6/7 doentes são sujeitos a transplantação renal no CHULN a nível mensal, ou seja, são efetuados entre 70 a 80 transplantes renais anualmente."

No caso de se detetar alguma patologia que possa contraindicar a cirurgia ou afetar o prognóstico do doente no período peri ou pós-operatório, deve ser selecionado um novo recetor, o mais rapidamente possível. “Existe uma lista de espera para transplantação renal, que são candidatos que são avaliados regulamente na consulta de pré transplantação renal. De um modo geral, o transplante é feito de dador cadáver e, portanto, a triagem funciona após a seleção do candidato a receptor a transplantação renal que, mediante alguns critérios, clínicos, imagiológicos, é aprovado e depois vai ser chamado pela equipa de nefrologia para se dirigir ao Serviço de Urgência Central do CHULN para ser submetido a transplantação renal, obviamente condicionado sempre a aprovação e validação do recetor. Após o processo de chegada é então realizado o processo de Via Verde que culmina na realização do ato cirúrgico”, explica José António Lopes.

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