13 nov, 2022 - 19:04 • Teresa Almeida com Lusa
António Costa Silva recusa convite dos ativistas do clima e vai propor um encontro no Ministério da Economia.
O ministro vai ligar aos ambientalistas na segunda-feira, para marcar a reunião. É a resposta ao convite feito pelos ativistas, para que Costa e Silva se deslocasse ao Liceu Camões para assistir a uma palestra sobre o ambiente que irão ministrar, depois de o próprio governante se ter mostrado solidário com os movimentos climáticos e disponível para ouvi-los.
"Queremos convidar o ministro Costa Silva a vir à nossa ocupação no [Liceu] Camões [em Lisboa] amanhã [segunda-feira] e ouvir uma palestra sobre a crise climática dada por nós", disse Clara Pestana, ativista do movimento "Fim ao fóssil: Ocupa!" e uma das porta-vozes do movimento no liceu, em declarações à Lusa.
Em reação ao pedido da sua demissão, António Costa(...)
Em declarações à Lusa, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, disse estar solidário com movimentos climáticos, com os quais afirma partilhar as preocupações.
No entanto, em reação ao pedido da sua demissão pelos ativistas, o governante argumentou: "Em todo o meu percurso ao longo de 20 anos não só fui um defensor das energias renováveis, como agora no Governo estamos a potenciar a aplicação dessas energias e a desenvolver tudo para que a transição energética funcione."
"É um facto que tive uma carreira nas indústrias do petróleo e particularmente na empresa Partex, mas nunca defendi nos últimos 20 anos o maior uso do petróleo. Pelo contrário, mesmo dentro da Partex, o que defendi foi a diversificação da companhia com a aposta crescente nas energias renováveis e a Partex, com a sua acionista na altura -- a Fundação Calouste Gulbenkian --, foram um dos principais investidores no "cluster" de energias renováveis que se desenvolveu em Portugal", justificou.
Marcha do Clima
Polícia teve de retirar ativistas de edifício da O(...)
António Costa Silva recordou que desde o início, quando o país desenvolveu esta aposta, tomou uma posição pública, "muitas vezes contracorrente contra a opinião dominante", a defender as energias renováveis.
Entretanto, os quatro estudantes detidos na Faculdade de Letras por ocuparem as instalações do estabelecimento de Ensino Superior vão a tribunal esta segunda-feira. A primeira audiência está marcada para as 13h30.
É para essa altura que está, também, marcada uma demonstração de solidariedade frente ao tribunal. Mais de 100 professores e investigadores assinaram uma carta de apoio aos jovens. A comunidade cultural e artística fez o mesmo, com 323 signatários.