15 nov, 2022 - 11:11 • Anabela Góis com redação
Ainda há muitos doentes em macas, nos corredores, à espera de uma vaga para serem internados no Hospital de Penafiel. O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar diz à Renascença acreditar que o problema vai ser resolvido os próximos dias.
“Continuamos a ter um bocadinho menos que ontem: são agora 50 doentes. Não nos conforta, pois é um número muito alto de doentes à espera de camas para internamento”, reconhece Carlos Alberto Silva.
No imediato, alguns doentes estão a ser transferidos para unidades privadas e foram canceladas todas as cirurgias programadas até ao final da semana.
“As segundas-feiras são sempre dias de maior pressão nas urgências, portanto, acredito que os próximos dias serão de alguma recuperação e de alguma recuperação deste número e doentes internados na urgência.”
O mesmo responsável explica que o problema não é incapacidade de resposta por parte da urgência, mas falta de camas no internamento - um problema antigo provocado pela enorme área de influência do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, que serve cerca de 5% da população portuguesa.
Revela à Renascença, que para o plano de atividades do próximo ano foi colocado um investimento para mais 50 camas. “Temos que garantir esta assistência de uma maneira diferente”.
Na segunda-feira, mais de 60 pessoas esperavam por atendimento nas urgências deitadas em macas ou sentadas no chão.
O caos foi confirmado à Renascença pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros. Com a aproximação ao inverno, a tendência é para piorar: “vamos ter muito mais casos destes e vamos ter de fazer alguma coisa”, avisou Ana Rita Cavaco.
A bastonária disse ter conhecimento de situações semelhantes noutros hospitais do país. “Santa Maria e Amadora-Sintra, por exemplo, têm tido dias muito difíceis nas urgências; o Hospital de Faro, como de costume: no serviço de urgência, tem sido muito difícil para os profissionais de saúde que lá trabalham conseguirem dar resposta. Se não temos enfermeiros suficientes para chegar sequer um copo de água às pessoas, como é que eu vou fazer para vigiar a vida delas?”, questionou.